MEC pede que escolas particulares leiam slogan de Bolsonaro, executem Hino e filmem a ação

Carta assinada pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, fala em 'saudar o Brasil dos novos tempos'.

|Email enviado pelo MEC|

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Atualizado às 18h35

O Ministério da Educação (MEC) está direcionando uma carta às escolas particulares, assinada pelo ministro Ricardo Vélez Rodriguez, que deve ser lida para professores, alunos, e demais funcionários das unidades.

“Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, traz o texto.

O documento, recebido nesta segunda-feira 25, via e-mail, por uma escola particular de São Paulo, vem acompanhado de instruções direcionadas aos diretores das escolas.

A carta deve ser lida no primeiro dia de aula a professores, alunos e demais funcionários da escola, com todos perfilados diante da bandeira do Brasil (se houver), juntamente da execução do Hino Nacional.

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O MEC ainda solicita que o representante da escola filme trechos curtos da leitura da carta e da execução do hino e que, em seguida, envie o arquivo de vídeo, com os dados da escola (nome, cidade, número de alunos, de professores e de funcionários) para os seguintes emails do Ministério: secom.gabinete@presidencia.gov.br e imprensa@mec.gov.br

Email enviado pelo MEC

Carta que deve ser lida no primeiro dia de aula

O Carta Educação procurou o Ministério para checar o objetivo da ação e se ela será direcionada a todas as escolas em território nacional, mas não obteve resposta até o fechamento da reportagem.

Repercussão

A medida já vem repercutindo negativamente. Em seu twitter, o deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, fala que tomou conhecimento da ação “gravíssima” encabeçada pelo ministro da Educação e que vai entrar com um pedido de crime de responsabilidade contra Vélez.

“Ele se utiliza do lema de uma campanha para fazer doutrinação em massa nas escolas. Não é esse o seu papel, não é esse o tipo de pregação que cabe a um ministro da educação”, declarou.

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