Getúlio na telinha

Veja filmes que abordam a trajetória do ex-presidente

Retrato oficial de Vargas

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A trajetória multifacetada de Getúlio Vargas desafia quem procura capturá-la em apenas um longa-metragem, de ficção ou documentário. Note-se, por exemplo, a estratégia dos realizadores do recém-lançado Getúlio, que dribla essa dificuldade ao se concentrar, modestamente, na recriação dos últimos dias de seu derradeiro mandato – e de vida.

Mesmo assim, não falta assunto ao filme, que o diretor João Jardim organiza com o zelo didático de um documentarista (ele fez Janela da Alma, codirigido por Walter Carvalho, e Pro Dia Nascer Feliz).

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O ex-presidente não cabe em um, talvez nem caiba em dois, mas três longas parecem de bom tamanho para começar a entendê-lo, como demonstra a trilogia de documentários Era Vargas, que se concentra somente em sua atuação no período que vai de 1930 a 1935.

Trabalho de fôlego incomum no cenário brasileiro, ela consumiu mais de uma década para ser concluída e soma 196 minutos de duração, distribuídos por Tempo de Revolução (1990), A Guerra Civil (1992) e Assalto ao Poder (2002).

Coube a Eduardo Escorel, veterano diretor (Lição de Amor, O Cavalinho Azul), montador (Terra em Transe, Cabra Marcado para Morrer) e ensaísta (Adivinhadores de Água), a tarefa de coordenar essa tentativa bem-sucedida de mapear as pegadas de Vargas na vida brasileira a partir do momento em que ele irrompeu no cenário nacional.


Material de arquivo e entrevistas contribuem para um diagnóstico dos motivos que propiciaram a ascensão e o fortalecimento do maior personagem de nossa política no século XX.

Os Anos JK – Uma Trajetória Política (1980)
Primeiro dos documentários políticos de Silvio Tendler que marcaram o período de redemocratização, ao tocar abertamente em assuntos que até então eram tabu e ampliar, sobretudo entre o público universitário da época, a compreensão de eventos recentes. A carreira de Juscelino Kubitschek é esmiuçada, de sua eleição à cassação política.

Jango (1984)
Lançado nos cinemas durante a campanha Diretas Já, esse clássico do documentário nacional busca no getulismo as explicações para a ascensão de João Goulart. O diretor Silvio Tendler reconstitui também o cenário político brasileiro a partir da eleição de Jânio Quadros e o acirramento de tensões que levaram ao golpe de 1964.

O País dos Tenentes (1987)
O diretor João Batista de Andrade (O Homem Que Virou Suco) cria um personagem ficcional para abordar eventos políticos que vão da ascensão de Vargas ao golpe de 1964: um general da reserva (Paulo Autran) que, no fim da vida, relembra sua participação em episódios como a revolução dos anos 1930 e a Coluna Prestes.

*Publicado originalmente em Carta na Escola

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