Educação
“Faltou os estudantes nos ouvirem”, diz dirigente sobre ocupações em Pinheiros
Ocupada por alunos contra a reorganização, a escola Fernão Dias, que já enfrenta “alta demanda”, passará a ter um número ainda maior de matrículas
No bairro de Pinheiros, a reorganização escolar promovida pela Secretaria Estadual da Educação sob o argumento de melhorar a qualidade do ensino levou alunos das duas principais unidades do bairro a ocuparem as escolas, por não concordarem com a política. A escola Fernão Dias, que atualmente já enfrenta “alta demanda”, obrigando alunos do ensino médio a estudarem à noite, passará a ter um número ainda maior de matrículas. Mas diferentemente do publicado pela reportagem na tarde desta terça-feira, a secretaria garantiu que não haverá um número maior de alunos estudando à noite compulsoriamente.
Segundo a dirigente de ensino da região centro-oeste, Rosângela Valin, o período da tarde da Fernão Dias, que atualmente atende apenas estudantes de ensino fundamental e tem capacidade ociosa, será destinado ao Ensino Médio, liberando assim mais vagas durante o dia para os estudantes da região.
O ensino médio noturno tem resultados de aprendizagem pior do que o diurno e, por isso, especialistas em educação recomendam que seja a última opção, apenas para alunos que tenham extrema necessidade de trabalhar. Atualmente, alunos da Fernão Dias são transferidos para o noturno por falta de vagas durante o dia.
A escola Fernão Dias foi ocupada por alunos no dia 10 de novembro e, por estar localizada em uma das áreas mais nobres de São Paulo, acabou se tornando símbolo do movimento estudantil. A outra escola do bairro, Godofredo Furtado, está ocupada desde o dia 17 de novembro. Ambas vão sofrer mudanças de ciclos e haverá remanejamento de alunos em 2016, de acordo com o plano de reorganização do governo do Estado, mas nenhuma delas será fechada.
Rosângela defende que todos os estudantes serão beneficiados com as mudanças e diz que as manifestações contra a reorganização só acontecem porque eles são usados como “massa de manobra”. “Faltou eles nos ouvirem. Porque você explica, explica e nada. Na nossa diretoria foram feitos estudos e as mudanças serão benéficas para todos. Mas há grupos usando os alunos como massa de manobra, o que é lamentável”, afirmou.
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