Educação
Estudantes pedem a revogação da Reforma do Ensino Médio em São Paulo
Estudantes condenam a retirada de algumas disciplinas como obrigatórias, bem como a possibilidade do ensino a distãncia na etapa
Com a colaboração de Julio Simões
Estudantes de escolas públicas de São Paulo ocuparam a região da Avenida Paulista, em São Paulo, na manhã da quinta feira 16 para protestar contra os retrocessos na educação. Os jovens reivindicam, sobretudo, a revogação da Reforma do Ensino Médio, pedem por diálogo no processo de elaboração da Base Nacional Comum Curricular da etapa, além de mais investimento e recursos para as escolas.
A estudante Catarina de Paula, 15 anos, disse que a participação de seu grupo foi definida na escola via assembleia. “Decidimos vir lutar pelos nossos direitos e se posicionar contra a Reforma do Ensino Médio que vai diminuir nossa formação para 1800 horas, ameaça os professores de corte e abre possibilidades para o ensino a distância”.
Para Penna, 23 anos, representante da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia, a proposta vai precarizar ainda mais a etapa com a retirada de matérias que “minimamente” despertam senso crítico nos estudantes. “A desculpa é que eles poderão escolher o que estudar, mas sabemos que muitas redes não terão condições de ofertar todas as possibilidades”.
Leia Também:
Mesmo com pressão popular, governo não recua com Base do Ensino Médio
Vitória Pereira, 18 anos, vice-presidente da Umes também coloca que a reforma não leva em conta a melhoria da estrutura das escolas e o investimento em professores para a etapa. A jovem também criticou o processo de formulação da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio e o dia D realizado pelo Ministério da Educação no último dia 2 de agosto. “Utilizamos o dia como D de denúncia porque fizemos atos, assembleias e cartas de repudio em muitas escolas. Precisamos garantir diálogo nesse processo, sobretudo com a comunidade escolar”, reivindicou.
[VÍDEO] Manifestação de estudantes teve início no vão do MASP
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



