Educação

Estudante autista é agredida por colegas e deixada seminua em escola de São Paulo

O caso aconteceu na Escola Estadual Maria Matilde Castein Castilho, em Glicério, no interior do estado

Créditos: Reprodução Redes Sociais
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Uma adolescente autista de 15 anos foi agredida por duas colegas de classe em uma escola e deixada semi-nua na quadra da instituição. O caso aconteceu na Escola Estadual Maria Matilde Castein Castilho, em Glicério, no interior de São Paulo, na terça-feira 26.

Imagens obtidas pela TV Tem mostram a vítima conversando com outra menina, até o momento em que é arrastada pelos cabelos. Nesse momento, uma segunda estudante se aproxima e ambas começam a desferir vários socos nas costas da vítima. Depois, as duas arrancam a blusa da menina, deixando-a seminua na quadra da escola, onde as agressões continuam. A cena foi assistida por demais aluno. Alguns gritam e outros incentivam a agressão.

A Polícia foi acionada, registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal e vai investigar os envolvidos no caso. A vítima foi levada a uma unidade de saúde onde recebeu atendimento médico.

Em nota, a secretaria estadual de educação lamentou e repudiou o caso. A pasta informou que as estudantes envolvidas na agressão acompanharão as aulas remotamente nesta semana, após determinação do conselho escolar. Além disso, informou que três funcionárias apartaram o conflito e que a vítima receberá acompanhamento psicológico por um profissional do programa Psicólogos nas Escolas. Já a Diretoria de Ensino de Birigui designou um supervisor para apurar a conduta dos servidores envolvidos no caso.

“A equipe do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP) acompanha o caso e irá implementar estratégias de conscientização sobre conflitos e cultura de paz na unidade escolar. A Ronda Escolar e o Conselho Tutelar também foram acionados”, informa o comunicado.

O Ministério dos Direitos Humanos também emitiu uma nota sobre o caso dizendo ter recebido as imagens com ‘tristeza e indignação’.

A pasta destaca ainda que o episódio envolve uma série de questões, ‘todas perturbadoras, como a persistente discriminação contra as pessoas com deficiência em geral, e contra as pessoas autistas, em particular; por envolver discriminação capacitista mesmo em ambiente educacional – que deveria ser o mais acolhedor e inclusivo possível; em razão de a prática do bullying ter sido realizada por jovens colegas estudantes e pela aceitação – e mesmo o estímulo – para que a prática da violência continuasse; assim como pela denúncia-desabafo da mãe da vítima ao afirmar que esta não foi a primeira prática de discriminação capacitista contra sua filha naquela escola”, registrou.

O MMDH também acrescentou que a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos monitora e acompanha o caso junto a parceiros e representantes locais; e que, na tarde da quarta-feira 27, acionou órgãos como a Secretaria Estadual de Educação, o Ministério Público de SP e o Conselho Tutelar, pedindo informações e adoção de medidas necessárias para apuração do ocorrido e acolhida da vítima e de seus familiares.

O ministério também disse que tem dialogado com o Ministério da Educação para destinar o melhor atendimento possível à estudante vítima da violência, assim como para que intensifique os esforços para a adoção de ações estruturantes de enfrentamento ao capacitismo nas escolas paulistas e brasileiras.

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