Educação
Eleições: O que defendem Boulos e Nunes sobre as escolas cívico-militares em São Paulo
Os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo opinaram sobre o tema durante sabatina em educação realizada pelo Centro do Professorado Paulista
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, afirmou que, se eleito, não vai aderir ao programa de escolas cívico militares na cidade de São Paulo. A posição do psolista diverge da adotada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição.
“As escolas cívico-militares são a falência da educação. É um sintoma da crise de destino que estamos vivendo que se coloque, em pleno século XXI, um debate sobre escola militar. O militar tem o seu papel na segurança pública; você não vai colocar um professor para patrulhar a rua. Agora, você não vai colocar um militar para ensinar crianças e jovens. Esse papel é do professor e é insubstituível”, criticou, durante participação em uma sabatina realizada pelo Centro do Professorado Paulista, na quarta-feira 24.
“Isso não deveria nem ser um debate na eleição para a Prefeitura de São Paulo, independente das convicções ideológicas”, completou, mencionando o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem avançado com a implementação do modelo no estado. “Nós não vamos permitir escola militar na cidade de São Paulo. Se o governador do estado tem essa política, tudo bem, foi eleito, eu respeito a democracia, agora, aqui, na cidade de São Paulo, a partir de 1 de janeiro do ano que vem, não existe esse papo de escola militar.”
Já o prefeito Ricardo Nunes (MDB) já havia declarado que a cidade ia aderir à proposta, à luz do que prevê o projeto de Tarcísio no estado.
“A gente vai poder aderir como opção. Se isso avançar a gente precisa aderir e colocar para o nosso conselho, a comunidade escolar fazer a sua decisão, eu não vou fazer nenhuma imposição. Mas todos têm o direito de ter ali a opção, não serei eu, um democrata verdadeiro, que vai tirar a possibilidade das pessoas poderem optar por querer ou não”, declarou também durante participação em sabatina do CPP, realizada no dia 17 de julho.
“Criam-se tantas narrativas, mas eu acho que as pessoas têm o direito de saber qual o objetivo, a intenção, fazer um debate maduro, verdadeiro para que as pessoas de forma livre e democrática possam decidir”, completou.
Questionado pela reportagem de CartaCapital, que esteve presente na sabatina, sobre a possível disparidade criada entre os ganhos do militares e dos professores nesse modelo de escolas, o prefeito desconversou: “Em uma categoria, o que ganha mais ou ganha menos não elimina a outra”, afirmando que a gestão municipal já vem atuando pela valorização da carreira dos docentes.
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