Há 20 anos, o Brasil dava um importante passo para tornar a escola mais acolhedora: a Lei 10.639, que tornou obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio, públicos e privados. Passadas duas décadas, pouquíssimas escolas conseguiram, de fato, adaptar seus currículos e ir além de uma ou outra atividade recreativa em 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra.
Educadores ponderam que uma lei dessa dimensão precisa de um tempo de maturação até ser assimilada pela sociedade. Mas cabe ao Estado trabalhar de forma perene e ativa, por meio de campanhas, produção de materiais didáticos, formação de professores e apoio às escolas, para a iniciativa vingar. Até o momento, nenhum livro didático se tornou referência sobre o tema, não pela ausência de intelectuais capacitados para explorar o assunto com crianças e adolescentes. O problema é a falta de financiamento para esses projetos e a inércia do Poder Público, mais uma expressão do racismo institucional, avaliam especialistas consultados por CartaCapital.
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