Educação

Defensoria Pública da União pede à Justiça o adiamento do Enem

Ação questiona a realização do exame em meio ao avanço da pandemia no País e aponta falta de estratégias para evitar contaminação

Defensoria Pública da União pede à Justiça o adiamento do Enem
Defensoria Pública da União pede à Justiça o adiamento do Enem
Estudante se preparando para prova do Enem. Fonte: Shutterstock
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A Defensoria Pública da União pediu nesta sexta-feira 8 o adiamento do Enem à Justiça Federal de São Paulo, por causa do avanço da pandemia do novo coronavírus no País. As provas estão marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro.

No pedido, o defensor João Paulo Dorini afirma: “Temos uma aprova agendada exatamente no pico da segunda onda de infecções, sem que haja clareza sobre as providências adotadas para evitar-se a contaminação dos participantes da prova, estudantes e funcionários que a aplicarão”.

Entidades como a União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas entraram como amicus curiae na ação.

A UNE e a UBES, que já solicitaram o adiamento do exame ao Ministério da Educação e tiveram o pedido negado, questionam a ausência de medidas para evitar que pessoas infectadas acessem os locais de prova. O Inep, responsável pelo exame, não determinou medição de temperatura dos candidatos, nem definiu qualquer outro tipo de análise dos sintomas.

A ação judicial pede o adiamento do Enem “até que possa ser feito de maneira segura, ou ao menos enquanto a situação não esteja tão periclitante como agora”.

“Não há maneira segura para a realização de um exame com quase seis milhões de estudantes nesse momento, durante o novo pico de casos de Covid-19. Qual será o impacto de mais um aumento exponencial de contaminações em decorrência do Enem, que não se restringirá apenas a estudantes e funcionários, mas também a seus familiares e pessoas de suas convivências, em um sistema de saúde já colapsado?”, questiona a ação.

Inep defende manutenção do calendário

O presidente do Inep, Alexandre Lopes, defendeu a manutenção do calendário das provas na quinta-feira 7, em entrevista à Agência Brasil.

“Nós nos preparamos para fazer uma prova em ambiente de pandemia. Temos a segurança [de] que a prova deve ser feita e que as condições de aplicação são adequadas, são as que precisam ser tomadas”, declarou.

No ano passado, o Inep e o Ministério da Educação promoveram uma enquete junto aos estudantes para verificar a melhor data para a realização da prova. Embora 49,7% tenham escolhido fazer a prova no mês de maio, o calendário foi mantido para janeiro.

As provas da versão impressa estão agendadas para os dias 17 e 24 deste mês; na versão digital, ocorrerão nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.

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