Educação

Crivella quer retomada de aulas presenciais: “As crianças do mundo inteiro são imunes”

O prefeito falou em resistência por parte do sindicato que representa as escolas particulares e que defende retorno voluntário

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, declarou na quinta-feira 2 não ver obstáculos para a reabertura das escolas na cidade já que “crianças são imunes”. A declaração foi dada pelo ministro ao explicar porque ainda não houve acordo com o sindicato que representa as escolas particulares. Segundo Crivella, há resistência por parte da entidade.

“Todos sabem que as crianças do mundo inteiro são imunes. Se você olhar por exemplo, os casos de coronavírus na cidade do Rio de Janeiro. Das milhares de pessoas que faleceram, 80% são pessoas acima de 60 anos. Os outros 20% de 40 a 60 anos. É difícil um caso de criança que faleceu… Então, graças a Deus, no mundo inteiro, as crianças estão imunes ao coronavírus. O problema é serem portadoras e passarem para o vovô e a vovó. O protocolo vai nesse caminho”, disse o prefeito, quando questionado se a prefeitura atuava em algum protocolo de segurança para a retomada das atividades escolares.

Crivella ainda disse que está prevendo um retorno voluntário às escolas. “Muitos pais que voltaram ao trabalho pressionam a prefeitura e dizem que querem que o filho volte a estudar. Os donos das escolas dizem que podem cumprir todos os protocolos exigidos pela vigilância sanitária. Mas o sindicato dos professores acho que não pode e diz que o funcionário que não quer voltar se sentiria coagido a retornar por temer ser demitido. Nessa próxima reunião, algumas escolas vão apresentar abaixo-assinado de professores concordando em voltar. O que estamos defendendo é que esse retorno seja voluntário”, acrescentou.

Em entrevista ao jornal Extra, a vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro, Tânia Vergara, explicou que o vírus pode atacar todas as faixas etárias e falou sobre o perigo do contato entre diferentes grupos dentro das escolas.

“As crianças geralmente apresentam quadros assintomáticos. Como não parecem estar doentes, ninguém se afasta delas. Por isso se recomenda, por exemplo, que os avós não fiquem próximos aos netos. O risco de transmissão por parte de crianças ainda está sendo estudado, mas não tem só elas nas escolas. Há os professores, os funcionários, os motoristas da condução”, lembrou.

Vale lembrar que, embora afetadas de maneira diferente, serem menos vulneráveis, as crianças não são imunes ao coronavírus. Um levantamento realizado pelo G1 no final do mês de maio contabilizou mais de 100 crianças e jovens de até 19 anos mortos em decorrência da covid-19.

De acordo com dados da quinta-feira 2, a cidade do Rio de Janeiro tem 58.615 infectados, 50,1% do total no estado, que é de 116.823. Sobre as mortes, a cidade soma 6689, 64,7% do total no estado, que é de 10.332.

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