Educação
Crise no Pará: Professores suspendem greve após Barbalho se comprometer a revogar lei sobre educação indígena
O projeto de revogação da lei estadual 10.820 deve entrar na pauta de votação da Alepa na quarta-feira 12, segundo informações do sindicato da categoria


Os professores da rede estadual do Pará decidiram, na segunda-feira, 10, suspender a greve iniciada em 23 de janeiro, em protesto contra a lei estadual 10.820, aprovada no ano passado pelo governo Helder Barbalho (MDB).
No último dia 6, o governador encaminhou à Assembleia Legislativa do Pará um projeto de lei para revogar a norma, contestada por docentes e lideranças indígenas. Segundo os manifestantes, a legislação ameaçava a continuidade de programas de ensino voltados às comunidades tradicionais e precarizava a carreira docente, resultando em perdas salariais e gratificações.
Em nota, o Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) confirmou a suspensão da greve, decidida em assembleia-geral, mas ressaltou que os profissionais permanecerão em estado de greve até a revogação oficial da medida.
Os educadores retornam às salas de aula nesta terça-feira, 11, mas seguirão realizando reuniões e monitorando o cumprimento do acordo até a revogação da lei.
O projeto de revogação deve ser votado pela Alepa na quarta-feira, 12, segundo o sindicato. Para pressionar o governo, a categoria agendou um ato em frente à sede da Assembleia, às 9h.
As lideranças indígenas, por sua vez, mantêm a ocupação do prédio da Secretaria de Educação do Pará até que a revogação da lei seja oficializada no Diário Oficial do Estado.
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