Educação

Crianças pedem presentes para Papai Noel. E para os pais?

Vídeo mostra como crianças são sugestionadas a consumir no Natal

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Um experimento simples com dez famílias mostrou, mais uma vez, a influência da publicidade nas crianças, especialmente no Natal. No vídeo, produzido pela Ikea, meninos e meninas são chamados a fazer a famosa carta para Papai Noel e pedem os brinquedos clássicos ou da moda. Em seguida, ganham outra página para fazerem pedidos aos pais. Assim, tudo muda.

Na primeira carta, pedem um violão, um videogame e até um unicórnio. Na segunda, depois de refletirem um pouco, pedem tempo, mais jantares em casa, brincadeiras e cócegas.

Campanha por um Natal menos consumista from Carta Educação on Vimeo.

“A gente muitas vezes não percebe o tanto que somos influenciados pela propaganda”, afirma Debora Regina Magalhães Diniz, do Movimento Infância Livre de Consumo, que trouxe o vídeo produzido na Espanha pela empresa Ikea.

“Eu fiz mestrado em semiótica e achava que publicidade nunca me enganaria, mas achava normal as crianças quererem brinquedos”, diz.

Ela explica que não é contra o consumo, mas o consumismo. “Se uma criança ganha algo que vai significar bastante para ela, ótimo. Mas será que é isso que acontece ou é o brinquedo da moda e o caro?”

O movimento surgiu em 2012 em resposta a uma campanha publicitária que dizia que não permitir propaganda infantil era censura e que cabe aos pais educar. “Todo mundo joga para os pais, inclusive a obrigação de controlar o desejo e o impulso dos filhos, falácia quando as marcas estão com um arsenal induzindo ao erro.”

Professora de Língua Portuguesa e doula, ela acha que houve alguma evolução, mas ainda precisamos de campanhas constantes para defesa do espaço da criança. “Sempre defendemos que presença é melhor que presente, mas sabemos que os pais têm de trabalhar em casa e fora e em algum momento algo vai entreter a criança, então, é preciso defendê-la de conteúdo nocivo neste momento.”

Leia também: A importância de brincar sem brinquedo

Debora diz que ela e as demais criadoras do movimento fizeram em suas rotinas vários experimentos que apontam na mesma direção do mostrado no vídeo. Por exemplo: cortou um canal de propaganda infantil e, meses depois, os filhos não pediam mais para ir à lanchonete. “Antes eles sabiam a promoção da semana antes da gente entrar”, conta.

Neste ano, ela e os filhos combinaram de construir algo para a família no Natal em vez de trocar presentes. “Quando é algo trabalhado, nada imposto, mas conversado, torna-se prazeroso, recompensador. Eles estão ansiosos com isso e nós nos libertamos da tensão das compras desta época.”

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