Educação

Covid-19: garantir escola para crianças é mais importante do que abrir bares, diz diretor da OMS

Michael Ryan defendeu a necessidade de manter as crianças e adolescentes na escola, mesmo que isso represente ‘sacrifícios inevitáveis’

Sala de aula vazia||
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Segundo o diretor das situações de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, o outono europeu será um momento decisivo na luta contra a Covid-19. Para Ryan, é hora de tomar decisões mais “duras” para proteger as pessoas mais vulneráveis e manter as crianças e adolescentes na escola, mesmo que isso represente “sacrifícios inevitáveis”.

“A Europa entra em uma estação em que as pessoas vão começar a ficar mais dentro de casa. O risco de infecção vai aumentar”, declarou Ryan durante uma coletiva de imprensa virtual na terça-feira 15.

Segundo ele, os países devem assumir compromissos que possibilitem manter os mais jovens na escola e os idosos na vida social – o isolamento dos mais velhos é uma grande preocupação dos governos. “Os adultos devem manter uma distância suficiente para favorecer a queda nos contágios”, declarou. “O que é mais importante? O retorno das crianças à sala de aula ou a abertura de bares e discotecas?”, questionou.

De acordo com a OMS, os menores de 20 anos representam menos de 10% dos casos e 0,2% das mortes. As escolas, declarou paralelamente o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, só devem fechar em último caso nas áreas de forte transmissão do coronavírus e medidas são necessárias para evitar o fechamento dos estabelecimentos.

O caso da Grécia exemplifica o amadorismo de alguns governos europeus na gestão da epidemia. No país, as autoridades distribuíram milhares de máscaras na volta às aulas, mas a maioria delas era grande demais para o rosto dos alunos. As fotos com a proteção, batizada de “máscara paraquedas”, circularam nas redes sociais nesta quarta-feira 16 e viraram alvo de piada.

Recorde de contaminações

Na sexta-feira, a OMS registrou 53.873 contaminações em 24 horas. Maria Van Kerkhove, responsável pela gestão da Covid-19 na organização, estimou que o aumento de casos na Europa estava parcialmente ligado à realização de um grande número de testes, mas foi maior do que em abril e maio. “É uma tendência preocupante”, disse.

A OMS também publicou um guia contra a Covid-19 para a escola. “Não existe risco zero”, lembrou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Após nove meses de crise, os especialistas têm cada vez mais informações sobre como o coronavírus atinge as crianças, ainda que muitas questões permaneçam sem resposta, como, por exemplo, o papel delas na transmissão – muitas vezes, as crianças são assintomáticas.

Segundo a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, metade das crianças em todo mundo ainda não voltou para a escola e 11 milhões de meninas talvez nunca mais voltem a estudar. A pandemia do novo coronavírus já deixou pelo menos 929.391 mortos no mundo. Os Estados Unidos continuam sendo o país mais atingido do mundo, com 196.000 mortos, seguido pelo Brasil, com 133.000 mortos.

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