Educação

Candidatos à prefeitura de São Paulo apresentam suas propostas educacionais

Em congresso do SINESP, Haddad, Erundina e Doria discursaram sobre suas medidas para o setor caso eleitos

Fernando Haddad (PT) durante a cerimônia de posse como prefeito de São Paulo. Foto: Agência Brasil
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Os candidatos à prefeitura da cidade de São Paulo apresentaram suas propostas para a Educação nessa quinta-feira 25, no Teatro Gazeta, durante o 20º Congresso do SINESP (Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo).

Estiveram presentes no evento o atual prefeito Fernando Haddad (PT), Luiza Erundina (PSOL) e João Doria (PSDB). Ausentes, Celso Russomano (PRB) enviou representantes e Marta Suplicy (PMDB) omitiu-se.

Sob o tema “Crises: riscos ou oportunidades na educação?”, os candidatos falaram para cerca de 700 supervisores de ensino, diretores de escola, coordenadores pedagógicos e assistentes de diretor das escolas municipais.

Erundina foi recepcionada pela categoria com muitos aplausos. A candidata do PSOL, prefeita de São Paulo entre 1989 a 1992, disse que sua meta é resgatar o legado que o educador Paulo Freire (secretário de Educação em sua gestão de 1989 a 1991) deixou para a Educação e o município. “Queremos fazer um governo que transformará a cidade de São Paulo em uma cidade das pessoas. E uma cidade assim tem que ter como centro a escola, a educação, pois é ela que transforma. Como diria o grande Paulo Freire, ao transformar as pessoas, elas adquirem as condições para transformar o mundo”.

Erundina também prometeu congelar os convênios e a terceirizações no setor, que perpassam serviços de limpeza, segurança e merenda. Outras medidas anunciadas pela candidata foram a redução do número de alunos em sala e o “empoderamento das escolas”, dando maior autonomia administrativa e financeira para as unidades.

“Vamos fortalecer os mecanismos de participação das escolas em suas comunidades, os conselhos e estimular a criação de mecanismos de participação da juventude ao invés de lutar por escolas sem partido“, disse.

Erundina também defendeu maior vinculação de recursos para o setor, aproveitando para criticar a também ex-prefeita e candidata Marta Suplicy. “No nosso governo, aplicamos 30% da receita líquida do município em Educação e no governo da Marta Suplicy ela reduziu para menos de 25%”.

Em seguida, foi a vez do atual prefeito Fernando Haddad, que busca sua reeleição. O petista começou sua fala dizendo que, frente à crise, São Paulo conseguiu superar de maneira muito altiva a situação econômica atual, ampliando os serviços mais essenciais como a Educação. “Obviamente que todo governante gostaria de fazer muito mais. Mas tem uma frase do Mujica que eu gosto de repetir, pois acho que honra uma tradição progressista:’falta muito, mas falta menos’. Em São Paulo podemos dizer isso, falta menos do que faltava em 2012”.

Haddad resgatou seus feitos enquanto ministro da Educação (2005-2012) para angariar o apoio da plateia. “Fiquei quase oito anos no Ministério da Educação, sete como ministro. E o que aconteceu nesse tempo foi a ampliação do investimento público em Educação”. Como exemplos, o prefeito citou a ampliação das universidades federais, o “fim” do vestibular, a expansão das escolas técnicas, a ampliação do Fundeb, que passou a incluir a Educação Infantil e o Ensino Médio, e a criação do Piso Nacional do Magistério.

Ações da presidente afastada Dilma Rousseff também foram enaltecidas pelo prefeito a exemplo da aprovação das medidas contidas no Plano Nacional de Educação (PNE). “Vocês se lembram da campanha que foi feita em 2001 para aprovar 7% do PIB para a Educação. Depois, houve uma intensa movimentação da sociedade para passar para 10% e a presidente Dilma sancionou”.

Outro ponto abordado por Haddad foi o Plano Municipal de Educação. “As diretrizes do nosso plano estão muito atuais, porque fixa 33% da receita para a Educação – o que é inédito para o estado de São Paulo -, prevê a redução do número de alunos em sala de aula e traz uma série de estratégias muito bem definidas para resolver a questão do acesso, porque sem acesso não dá para falar em qualidade”.

O petista também prometeu nomear, ainda este ano, diretores de escola aprovados em concurso para o exercício de 2017. Sobre a PEC 241, afirmou: “Acho o fim do mundo. Se a PEC 241 for aprovada, significa que presidente, governadores e prefeitos, por 20 anos, vão ter congelados os investimentos sociais”.

Último a discursar, o candidato tucano João Doria foi vaiado em vários momentos pela categoria. Sob gritos de “Fora Temer” e “golpista”, o candidato encontrou dificuldades para dialogar com a plateia.

Doria falou sobre sua intenção de focar na valorização de gestores dentro de um programa de descentralização, para que eles tenham recursos e condições para realizar a gestão das escolas públicas e não ter que “viver o ano inteiro pedindo, pedindo, pedindo”. “É mais fácil dedicar em confiança os recursos, o orçamento para as escolas, e acreditar que os gestores são, de fatos, gestores, não desconfiar deles”.

O candidato também falou sobre a necessidade de investir em cursos de qualificação para gestores e professores e que eles “sejam colocados dentro do mundo digital”.

“O mundo da tecnologia é um mundo que as crianças e adolescentes desejam muito, provavelmente, mais que uma lousa e giz. Crianças e adolescentes desejam ter uma tela de computador à sua frente. A tecnologia é importante para a escola, mas para isso precisamos permitir que professores e gestores compreendam isso e que tenham acesso à esta qualificação”.

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