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Caminhos alternativos

Pensar a mobilidade exige alternativas de inserção segura e confortável de todos na dinâmica da cidade

Ciclista em São Paulo
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Mobilidade urbana é um conceito que essencialmente se refere à ideia de deslocamento de uma pessoa de um ponto a outro da cidade. Numa abordagem mais ampla, ele ainda abrange o conjunto de aspectos que determinam as circunstâncias em que esse deslocamento se 
realiza: infraestrutura, gestão de trânsito, segurança. No entanto, a forma como esse conceito vem sendo problematizado, em razão do desafio em que se transformou o deslocamento das pessoas nos grandes centros urbanos, exige uma ampliação de seu significado.

Leia proposta de Redação inspirada neste artigo
Competências Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
Habilidades Relacionar opiniões, temas e recursos linguísticos. Reconhecer estratégias argumentativas usadas para o convencimento.
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Pesquise e produza texto dissertativo sobre a questão

A sequência de atividades tem como objetivo estimular um olhar mais complexo do estudante sobre o problema da mobilidade urbana, reconhecendo que a construção de soluções exige não apenas investimentos,
mas também criatividade e iniciativa.

1 Inicialmente, os estudantes podem fazer uma pesquisa junto aos familiares e amigos, buscando dados sobre como essa comunidade vive diariamente o deslocamento. Esses dados podem ser categorizados quanto ao objetivo do deslocamento (para lazer, estudar, trabalhar, fazer compras);tempo gasto, meio utilizado (a pé, de carro,transporte coletivo), problemas que experimenta (segurança, conforto).

2 Posteriormente, as informações podem ser transpostas para gráficos ou tabelas que permitam estabelecer um olhar crítico sobre a experiência dessa comunidade em relação à mobilidade. Ainda apoiando-se sobre esses dados, os estudantes podem produzir um texto de caráter dissertativo por meio do qual vão organizar uma leitura crítica deles, estruturando o que eles revelam ou permitem concluir.

3 Na sequência, divididos em grupos, podem assistir a documentários ou entrevistas com especialistas que problematizam e apontam opções para o problema da mobilidade urbana, fartamente disponível na internet. Nesse momento, pode ser bastante produtivo que eles tenham um guia que oriente a atenção para as informações que os documentários possam oferecer: dados estatísticos, propostas de soluções, conceitos específicos, curiosidades.

4 Em seguida, cada grupo compartilha suas anotações sobre o que encontrou nesses documentários ou entrevistas, buscando pontos de relação com o que levantou, por meio da pesquisa, sobre a experiência de mobilidade de sua comunidade. Essa relação é importante, pois torna mais significativa a reflexão sobre o tema, ao aproximar sua experiência de sua comunidade.

5 Na sequência, vale a pena pesquisar se no munícipio há algum documento ou proposta que considere a questão da mobilidade urbana e debatê-lo, à luz dos problemas enfrentados. Caso não tenha, vale a pena propor-lhes a leitura do documento Políticas Públicas de Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades, tendo em vista uma melhor compreensão sobre como esse tema está sendo pensado no Brasil.

6 De posse dos dados, conceitos e reflexões produzidos nesse percurso, os estudantes produzem, por fim, um texto dissertativo- argumentativo, buscando apontar alternativas para o enfrentamento do problema da mobilidade urbana, tanto no plano governamental quanto do cidadão.

7 Essa produção constitui oportunidade para que o professor desenvolva e avalie com os estudantes alguns dos aspectos característicos da construção desse gênero textual: como os recursos específicos de articulação da coesão e coerência textual, estratégias argumentativas e tópico frasal.

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O crescimento desordenado das cidades brasileiras, o adensamento populacional dos grandes centros urbanos, a priorização do carro em detrimento das alternativas de transporte coletivo e a falta de investimentos na infraestrutura viária criaram nos últimos anos um cenário caótico no que diz respeito ao deslocamento das pessoas.

Nos últimos dez anos, grande parte da população dobrou o tempo necessário para ir e vir do trabalho. O resultado é menos tempo para o lazer, para educação, para o convívio com a família e amigos: uma verdadeira circunstância de exclusão social.

O preço pago pela sociedade por essa situação desastrosa em que se transformou a questão da mobilidade urbana é algo difícil de dimensionar, mas não há dúvidas de que, se nada for feito, a situação ainda pode piorar. Daí, o motivo pelo qual a discussão sobre mobilidade urbana precisa ser realizada com seriedade e urgência tanto pelas autoridades quanto pelo cidadão comum.

Pensar mobilidade urbana vai muito além de restringir a circulação de automóveis, ampliar o número de ciclovias ou de linhas de metrô, de priorizar o transporte coletivo em detrimento do particular.

Significa também encontrar alternativas de inserção segura e confortável de todas as pessoas na dinâmica da cidade, oferecendo múltiplas possibilidades para que elas possam ocupar o espaço público e por ele circular, transformando esse processo numa experiência rica de interação e integração social.

Esse talvez seja o sentido mais profundo que o conceito de mobilidade urbana deva ganhar, enriquecendo o próprio significado que se possa atribuir à ideia de urbanidade e cidadania.

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Livro

Mobilidade Urbana e Cidadania, 
de Eduardo Alcântara de Vasconcellos. Editora Senac-SP
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