Educação
Após semana tensa no Congresso, Lula inaugura prédio da UFABC e busca agenda positiva
O novo bloco do campus de São Bernardo vai agrupar laboratórios; a obra teve um custo de 28,5 milhões
O presidente Lula (PT) participou, nesta sexta-feira 2, do lançamento de um novo prédio da Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). A agenda marca a retomada dos investimentos do governo federal no ensino superior.
O bloco Zeta da UFABC é um prédio construído no campus de São Bernardo para abrigar 22 laboratórios de pesquisa científica e inovação tecnológica em áreas como genética, desenvolvimento energético e equipamentos médicos.
A obra teve um investimento de 28,5 milhões de reais: 13,6 milhões foram repassados pelo governo federal à universidade, 3,1 milhões saíram do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e 11,8 milhões vieram de emendas parlamentares.
O evento contou com a presença do reitor da universidade, Dácio Matheus. Também participaram os ministros de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; da Fazenda, Fernando Haddad; e da Educação, Camilo Santana.
Camilo reforçou a ordem do governo para retomar e finalizar as obras paralisadas no ensino superior e para buscar a recomposição orçamentária das universidades.
“2,4 bilhões estão sendo repassados para universidades e institutos federais. Só aqui na UFABC foi um aumento de quase 30% comparado ao ano passado. Sei que precisamos de mais, mas essa é uma sinalização de que o Brasil voltou a ter compromisso com a educação pública, gratuita e de qualidade”, declarou.
Créditos: Ricardo Stuckert
Durante seu discurso, Lula destacou o crescimento da universidade desde o seu lançamento, em 2006, exaltou o papel da educação na retomada do País e esclareceu a professores e estudantes as dificuldades de governabilidade no Congresso Nacional, evidenciadas nos últimos dias pelo risco de rejeição da medida provisória de reestruturação dos ministérios.
“É importante vocês saberem a correlação de forças no Congresso. A esquerda toda tem, no máximo, 136 votos, isso se ninguém faltar. Nós, para votar uma coisa simples, precisamos de 257. Para aprovar uma PEC, é maior ainda o número”, explicou o petista.
Mesmo assim, ele se disse “mais otimista do que no primeiro mandato”.
“Este mandato é a coisa mais importante que tenho que fazer na vida: provar outra vez ao povo brasileiro que um torneiro mecânico, sem diploma universitário, vai consertar outra vez este País.”
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