Educação

Após apologia à violência, PM do Tocantins define regras para cânticos militares em escolas

As normas surgem depois de estudantes do Colégio Militar Euclides Bezerra Gerais entoarem um cântico violento, sob orientação de um policial

Após apologia à violência, PM do Tocantins define regras para cânticos militares em escolas
Após apologia à violência, PM do Tocantins define regras para cânticos militares em escolas
Créditos: Reprodução
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A Polícia Militar do Tocantins publicou regras para a execução de cânticos em escolas militares, após estudantes do Colégio Militar Euclides Bezerra Gerais, em Paranã, entoarem uma música violenta sob orientação de um PM.

Segundo a normativa, as canções militares devem partir de premissas como “o respeito à dignidade da pessoa humana, os direitos humanos, os valores cívicos, a bravura, a honra, a disciplina, o espírito de corpo e o cumprimento do dever”.

Ainda de acordo com o texto, as canções devem contar com uma letra que exalte valores como o patriotismo e a identidade institucional, mencionando a missão, a história e a tradição da corporação.

Os detalhes da portaria foram redigidos pelo comandante-geral da PM-TO, o coronel Márcio Antônio Barbosa de Mendonça, e publicados no Diário Oficial do estado na última sexta-feira 22.

Conforme o texto, o uso de linguagem que possa incitar ações ilegais, discriminação ou preconceito fica expressamente proibido nos cânticos militares. O descumprimento pode gerar sanções disciplinares e penais.

As normas vêm à tona dias depois de estudantes do 6º ao 9º anos serem flagrados em uma atividade escolar repetindo um cântico violento, em uma espécie de jogral. Eles diziam, em coro: “Tu vai lembrar de mim, sou taticano maldito [referência à Força Tática da PM] e vou pegar você. E se eu não te matar, eu vou te prender. Vou invadir sua mente, não vou deixar tu dormir, e nas infiltrações você vai lembrar de mim“.

Após o caso, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) determinou à PM o imediato afastamento do diretor da instituição e dos demais militares envolvidos nas atividades escolares. Em manifestação, a Secretaria de Educação considerou se tratar de um “caso isolado” que não reflete a realidade das escolas cívico-militares.

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