Além do conteúdo reduzido sobre o continente africano, também são comuns as simplificações ou generalizações. Algumas ideias difundidas nos livros didáticos, sobretudo os mais antigos, por meio de imagens, documentos ou textos:
- A África é um continente selvagem, composto de florestas e desertos, animais e negros
- A África apresentada quase exclusivamente como produtora de escravos. Com isso, elimina-se a história da África anterior ao período colonial e fortalece a ideia de um continente “sem história”
- Desaque para as áreas “produtoras” de escravos e para alguns grupos – em especial os bantos e os sudaneses. Isso cria uma ideia, equivocada, de homogeinidade do continente e dos grupos étnicos
- Separação do continente em duas partes genéricas: África Negra e África Branca
- Poucas referências ao Egito como parte da África
- Maior destaque aos elementos negativos, como guerras civis, choques étnicos, miséria, fome e Aids. Sem dúvida, são elementos presentes em grande parte do continente, mas devem ser especificados e contextualizados
* Dorotea Bittencourt Dias é pedagoga, especialista em Psicologia Clínica pela USP e professora da PMSP. Luiz Antônio Dias é doutor em História Social e professor do departamento de História da PUC-SP
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login