Sentinela traidor

De como o STF deixou de cumprir a missão de defender a Constituição

Alexandre de Moraes arca agora com seu indispensável papel - Imagem: Marcelo Camargo/ABR

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No confronto com o ex-capitão Jair Bolsonaro, infelizmente presidente da República, Alexandre de Moraes encarna o espírito da figura do ministro de qualquer tribunal supremo, sentinela da Constituição. Nem por isso a sua atuação pregressa foi impecável ao longo da carreira, assim como o STF traiu impunemente a sua própria finalidade. Derradeira instância de um país democrático, costuma valer-se do sigilo, longe do exibicionismo da ­corte brasileira, a nos impor a cada dia no vídeo a cobertura de suas sessões. Ali os togados foram capazes de golpear o Estado chamados a proteger.

Penoso entrecho para um dos três poderes da República, inapto para o exercício da Justiça. A lamentável história começa a assumir seus tons mais sombrios no tempo da chamada República de Curitiba, quando o juiz Sergio Moro e o promotor Deltan Dallagnol conduziram, com o apoio desbragado da mídia, a Operação Lava Jato, com o claro objetivo de incriminar o ex-presidente Lula e seu Partido­ dos Trabalhadores, a partir de acusações totalmente infundadas.

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4 comentários

EDUARDO LUIZ VIVEIROS DE FREITAS 14 de agosto de 2022 22h55
Hannah Arendt tratou Eichmann como um palhaço. Palhaço não por ser engraçado, mas porque era irracional, não tinha capacidade de pensar de modo expansivo, não tinha empatia. Isso a ajudou a destruir o mito da grandiosidade do mal, de uma força demoníaca. Para tanto, ela recorreu a um verso de Brecht, que dizia: os grandes criminosos devem ser expostos, e expostos justamente ao ridículo. Para ela, manter a integridade em circunstâncias como essa é não esquecer que, apesar dos grandes crimes de Eichmann, ele ainda era um palhaço. E a risada transforma-se em um modo de autossoberania e nega legitimidade ao malfeitor. Mino pode tranquilamente substituir demente por palhaço.
ROBERTO ANDRE HEXSEL 13 de agosto de 2022 00h09
Porra Carta Capital. O editor de comentários mastigou todo o texto que escrevi com cuidado.
ROBERTO ANDRE HEXSEL 13 de agosto de 2022 00h08
A criatura NUNCA exerceu nenhuma função de capitão. Não recebeu nenhum treinamento que o habilitasse porque habilitá-lo para que ele comandasse 3 pelotões aprox 150 soldados, depois de 3 anos de exposição, me parece impossível. A criatura só é capitão porque nosso glorioso como nas glórias obtidas na Guerra do Paraguai e na Guerrilha do Araguaia o promoveu de um degrau, ao invés de mandá-lo para a masmorra. PAREM de chamar o tenente de capitão. Isso deveria ofender mortalmente aos verdadeiros capitães.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 12 de agosto de 2022 16h02
Faço minhas as suas palavras, caro Mino Carta, pois não sabemos se vai adiantar muito, mas o supremo com s minúsculo mesmo é o co-responsavel pela ascenção de Bolsonaro ao poder, juntamente com essa mídia que ironicamente poderíamos chama-la de fantástica e essa elite que só visaram o lucro e o bem estar pessoal de seus representantes. Agora todos nós, inclusive eles, sofrem essas ameaças, além do desgaste de 4 anos de um governo que não governou, ao contrário, só destruiu o país e fez retroceder a população em muitos anos, com descaso, falta de educação e cultura, problemas na saúde, segurança, morte de inocentes e um abismo social insuportável. E o pior que tudo começou com a tal operação Lava Jato que na verdade foi a verdadeira Farsa a Jato que desnudou um judiciário politico e excludente e exibiu figuras grotescas como Moro, Dallagnol e companhia que abriram caminho para a vitória do ex capitão usar e abusar da República e fazer dela uma república das bananas com a ajuda dessa tal republiqueta de Curitiba. Agora todos os reis estão nus e todos os seus atos estão expostos para toda a história. Jamais devemos nos esquecer de nenhum detalhe, nenhuma trama e conspiração que tentou incriminar aqueles que poderiam nos deixar numa situação mais confortável e estável hoje. Foi preciso a demência assumir o poder no país para aqueles que rasgaram a Constituição se darem conta, mas o pior que muitos deles não vão dar o braço a torcer e continuaram fingindo e dizendo que a política deve ser culpabilizada. No fundo esse país precisa não de revogação ou de reformas, esse país precisa de uma revolução em toda sua estrutura para se firmar como país e os homens e mulheres que têm vergonha possam assumir os seus destinos para a reconstrução do que foi perdido.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

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