Os vilões e o heroi

Interpretam um capítulo da oposição à política econômica do governo, confirmam a prática da tática das fake news e empenham-se para favorecer Bolsonaro

As cinco figuras a compor a galeria dos horrores do programa Os Pingo nos IS não desmerecem a companhia de Roberto Civita, última personagem do conjunto, autor do Apocalipse da Editora Abril – Imagem: Manoel Amorim/Valor Econômico/Ag. O Globo e Redes sociais

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Que diria Marcelino de Carvalho de um sobrinho-neto chamado Tutinha? Refinado indivíduo, mestre da etiqueta, em juventude tido o cidadão mais elegante de São Paulo, não aprovaria aquele nome vulgar, ainda que seja o de um abastado investidor do mercado de capitais, em documentos oficiais a se apresentar como Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho. Trata-se, a bem da precisão, de um representante da corja de vilões aos olhos da equipe econômica do governo Lula.

Estão, na verdade, em companhia dos editoriais dos jornalões nativos, Estadão, Folha e O Globo, em perfeita sintonia na repulsa compacta ao governo. Com a volta de Bolsonaro à ribalta, a Jovem Pan tem novamente índices elevados de audiência e sua rádio é capitânia do grupo, a liderar o setor, São Paulo incluída, onde conta com 260 mil ouvintes por minuto e atinge 3,5 milhões por mês. Um dos momentos mais sombrios, manipulados e manipuladores da sua programação é representado por uma galeria de horrores intitulada Os Pingos no Is, na interpretação delirante de alguns indivíduos habilitados a praticar a seu modo a técnica das fake news, enquanto pisam sem dó nem piedade na língua portuguesa, brutalmente enxovalhada.

Abramo, o mestre – Imagem: Sérgio Tomisaki/Folhapress

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 16 de abril de 2023 04h17
De fato, caro Mino, o jornalismo brasileiro, com raríssimas exceções, dentre as quais essa revista, está decadente. A forma mais caricata desse dito jornalismo é mesmo a tal Jovem Pan e esse tal “Pingo nos IS”. Tive a coragem de um dia assistir e me estarrecer às manobras e manipulações jornalísticas além do assassinato da língua portuguesas através de umas tristes figuras que tentam subestimar a nossa inteligência com análises medonhas e sabujices bolsonaristas de encantar aqueles tios e tias de whatssaps saudosistas do ex capitão, agora semi presidiário , Jair Bolsonaro. Eles abusam das Fake News e fazem análises rasas da conjuntura política nacional e geopolítica sem o menor critério básico de jornalismo e sem base política e econômica. Nunca vi e tive conhecimento dessa tristes figuras apocalípticas dentro da imprensa brasileira. Saíram, certamente, dos pântanos bolsonaristas e encantam os energúmenos que vivem no universo paralelo do delírio e da ficção de péssima qualidade. Todos sabemos que a imprensa nativa está em fase degenerativa, o incrível é saber que existem coisas piores ainda e o que nos espanta é o número exorbitante de espectadores que lhes dão audiência. Dá para entender a bancada despudorada de bolsonaristas da comissão de justiça e segurança pública que tentaram sabotar o ministro Flávio Dino, mas que levaram dele uma lição de política, direito, educação e ética, mas que nada adiantou.

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