Os pés da glória

Esta, no Brasil, é uma história sempre mal contada. As exceções resultam da prática correta do jornalismo. Como se dá com André Kfouri, seu pai, Juca, Trajano e poucos mais

Imagens candentes dos irmãos metralha nativos, do dedicado discípulo Joseph Blatter e do craque Platini, capaz de enterrar na meia-idade glórias dos seus pés mágicos – Imagem: Cecília Acioli/Folhapress, Themba Hadebe/AFP, Zakaria Adbelkafi/AFP e Hipólito Pereira/Estadão Conteúdo

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Este enredo poderia ser acompanhado pela câmera de Stanley Kubrick. Mas no seu Paths of Glory, no Brasil intitulado Glória Feita de Sangue, de 65 anos atrás, não se cogita de eventos futebolísticos. A palavra path significa sendas, caminhos.

O Brasil está a discutir com extraordinário empenho um torneio de futebol já obsoleto. Ou seja, o que os nossos locutores costumam chamar de título mundial. Com absoluta tranquilidade dá para dizer que o título em questão já deixou de ser aquele. Havia sentido na disputa quando os finalistas realmente representavam o melhor bolípodo nos seus respectivos países e talvez continentes. Isto, francamente, é coisa do passado. Hoje é até problemático entender por que a disputa tem de forçar viagens intermináveis. Por exemplo: até o outro lado do mundo?

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 18 de fevereiro de 2022 17h07
Grande Mino Carta, mestre na política, mestre na culinária, mestre no cinema, mestre no futebol. Com análises precisas, embora eu discorde que a melhor seleção da copa de 1982 não tenha sido a italiana e sim a brasileira. Na minha modéstia opinião a Itália era a segunda melhor da copa. Depois dessa copa de 1982, da minha tenra idade, nunca mais torci para a seleção brasileira. Fiquei traumatizado, depois porque a alienação geral, me irritava. Só consegui torcer para um único clube de futebol, o São Paulo Futebol Clube. E com as belíssimas crônicas do corintiano Juca Kfouri, também de José Trajano, exímios conhecedores do futebol, como também da política. Todos, gente de primeira qualidade. Ah, Mino e Luiz Gonzaga Beluzzo que me perdoem, mas torci contra o verdão do Parque Antártica neste último mundial.

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