O protetor

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, manda e desmanda na política nativa e garante a permanência de um demente na presidência do País, sem deixar de fazer os negócios que engordam seus bolsos

Eduardo Cunha e Arthur Lira ligados pela obsessão de transformar a privatização da Petrobras como negócio particular em benefício próprio - Imagem: Luis Macedo/Ag. Câmara

Apoie Siga-nos no

Recebo o bilhete de um velho amigo, Roberto Amaral, outrora tido como uma espécie de eminência parda da política nativa, por lhe conhecer profundamente caminhos e descaminhos. Ele sabia que informação é poder. Diz então Roberto: “Arthur Lira, o gângster que preside a Câmara dos Deputados como se fora uma cloaca alagoana, está por todos os meios tentando calar a voz do deputado Glauber Braga. Não amedronta com suas ameaças, daí promover no Conselho de Ética um processo de cassação de mandato, acusando-o de quebra de decoro parlamentar, por ter-lhe perguntado se não tinha vergonha de estar conspirando contra a Petrobras. O processo corre a jato. Não podemos permitir a consumação desta violência”.

Lira carrega inúmeros pecados. Distingue-o, sobretudo, o fato de que arca com o papel de protetor do bolsonarismo e do demente-mor e executa a tarefa com extremo denodo, de forma a tornar-se uma espécie de dono da situação. Este, aliás, é o seu plano, e a investida para subtrair ao Estado o comando da nossa grande empresa petrolífera faz parte do conjunto natural de sua obra. Seu desabusado interesse por esta privatização liga-o de certa maneira a um predecessor com intenções igualmente daninhas. Aludo ao famigerado Eduardo Cunha, que foi capaz de infernizar a vida do governo de Dilma Rousseff.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

2 comentários

JOSE CARLOS GAMA 24 de junho de 2022 14h48
Esses urubus não saem de cima da carniça - Eduardo Cunha novamente é o fim. A justiça tem que ser mais justa em suas penalidades para com os colarinhos brancos são muito piores que os presos sem julgamentos devidos.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 24 de junho de 2022 12h20
De fato, prezado Mino, como bem pontuou Roberto Amaral, Eduardo Cunha e Arthur Lira se comportam como irmãos siameses na condução da presidência da Câmara dos deputados. O diabo e o coisa ruim representam o que de pior existe na contemporaneidade, os interesses das elites perversas, a Casa Grande que quer governar e ditar o destino trágico desse país. O gangsterismo, tão bem assinalado pelo deputado Glauber Braga do PSOL RJ em despudor e desserviço e assalto ao país não tem limites. Agora, Lira quer propor junto com Bolsonaro uma espécie de vale gás, aumento de auxílio emergencial e o tal auxílio Brasil que irá estourar o orçamento em mais de 50 bilhões de reais, justamente com propósito eleitoreiro de tentar forçar um segundo turno com Lula. Cunha serviu ao golpe contra Dilma além de ter sido um de seus protagonistas, agora Lira serve a tentativa de golpe de Bolsonaro na iminência de vitória de Lula em primeiro turno.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.