Editorial
O protetor
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, manda e desmanda na política nativa e garante a permanência de um demente na presidência do País, sem deixar de fazer os negócios que engordam seus bolsos
Recebo o bilhete de um velho amigo, Roberto Amaral, outrora tido como uma espécie de eminência parda da política nativa, por lhe conhecer profundamente caminhos e descaminhos. Ele sabia que informação é poder. Diz então Roberto: “Arthur Lira, o gângster que preside a Câmara dos Deputados como se fora uma cloaca alagoana, está por todos os meios tentando calar a voz do deputado Glauber Braga. Não amedronta com suas ameaças, daí promover no Conselho de Ética um processo de cassação de mandato, acusando-o de quebra de decoro parlamentar, por ter-lhe perguntado se não tinha vergonha de estar conspirando contra a Petrobras. O processo corre a jato. Não podemos permitir a consumação desta violência”.
Lira carrega inúmeros pecados. Distingue-o, sobretudo, o fato de que arca com o papel de protetor do bolsonarismo e do demente-mor e executa a tarefa com extremo denodo, de forma a tornar-se uma espécie de dono da situação. Este, aliás, é o seu plano, e a investida para subtrair ao Estado o comando da nossa grande empresa petrolífera faz parte do conjunto natural de sua obra. Seu desabusado interesse por esta privatização liga-o de certa maneira a um predecessor com intenções igualmente daninhas. Aludo ao famigerado Eduardo Cunha, que foi capaz de infernizar a vida do governo de Dilma Rousseff.
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O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
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