Editorial

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O jornalista

Eugenio Scalfari foi o profissional mais influente na Itália, fundador do semanário L’ Expresso e do diário La Repubblica

Scalfari, diretor de La Repubblica (em destaque). A redação logo após a fundação. Da esquerda para a direita, Pirani é o quarto - Imagem: Suriano/Farabola/Leemage/AFP e Reprodução
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Um grande jornalista se foi para batucar na sua Olivetti à vista do Altíssimo: Eugenio ­Scalfari, amigo fiel do papa Francisco, embora se apresentasse como “não crente”. Nascido na região do Lazio, nas cercanias de Roma, tinha 92 anos ao morrer e já deixara há tempo a direção do jornal La Repubblica, mantendo, porém, seu artigo na edição de domingo, ­articolo di fondo, na primeira página, tradição dos diários italianos. Dali escreveu para Francisco tão logo eleito pelo Consistório. Não foi apenas um profissional da imprensa, mas também político, com algum passado de deputado, e escritor elegante e bastante prestigiado.

Ideologicamente, foi socialista até o fim da vida. Passou, ainda jovem, do semanário L’Espresso, que fundara, para o diário La Repubblica, juntamente com um pequeno grupo de bons amigos. O jornal, no formato tabloide, foi logo grande sucesso e, escassos meses depois, tornou-se exemplo para El País. Profissionais espanhóis chamaram Scalfari a Madri para envolvê-lo na fundação do novo diário e não faltava a ele um embornal cheio de conselhos e sugestões. A amizade com o papa fortaleceu-se na visita que Scalfari fez ao Vaticano. Antes, ele disse: “Terei de tomar muito cuidado, senão ele acaba convertendo-me”.

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