Cursava a Faculdade de Direito do Largo São Francisco quando começou a campanha à sombra do lema O Petróleo É Nosso. Estava na direção desta revista durante a Presidência de Fernando Henrique Cardoso, aquele que conseguiu o duplo mandato graças à compra de alguns votos decisivos, quando teve a intenção, felizmente abortada, de privatizar a Petrobras. Não ouso comparar Getúlio Vargas com Fernando Henrique. Getúlio é aquela figura singular que encarnou a ditadura até hoje odiada com paixão pelos quatrocentões paulistas, enquanto Fernando Henrique é o presidente que quebrou o País três vezes, embora sempre com a aprovação dos tradicionais donos do poder.
Getúlio é personagem central da história brasileira, mas há na sua estratégia política, no seu entendimento das condições do País, na sua percepção de uma medievalidade que mais cedo ou mais tarde seria preciso corrigir, para lhe alterar drasticamente o rumo, uma mudança profunda. De matreiro aproveitador de situações, sequioso de poder, ao estadista disposto a correr todos os riscos ao enfrentar os vetustos inimigos de qualquer tentativa de progresso.
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