O Brasil de Bolsonaro é entreguista

O ex-capitão só serviu para acentuar a disparidade, o descalabro, a insensibilidade popular, a ferocidade dos senhores

Imagem: Agência Petrobras

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Cursava a Faculdade de Direito do Largo São Francisco quando começou a campanha à sombra do lema O Petróleo É Nosso. Estava na direção desta revista durante a Presidência de Fernando Henrique Cardoso, aquele que conseguiu o duplo mandato graças à compra de alguns votos decisivos, quando teve a intenção, felizmente abortada, de privatizar a Petrobras. Não ouso comparar Getúlio Vargas com Fernando Henrique. Getúlio é aquela figura singular que encarnou a ditadura até hoje odiada com paixão pelos quatrocentões paulistas, enquanto Fernando Henrique é o presidente que quebrou o País três vezes, embora sempre com a aprovação dos tradicionais donos do poder.

Getúlio é personagem central da história brasileira, mas há na sua estratégia política, no seu entendimento das condições do País, na sua percepção de uma medievalidade que mais cedo ou mais tarde seria preciso corrigir, para lhe alterar drasticamente o rumo, uma mudança profunda. De matreiro aproveitador de situações, sequioso de poder, ao estadista disposto a correr todos os riscos ao enfrentar os vetustos inimigos de qualquer tentativa de progresso.

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4 comentários

CARLOS AUGUSTO CAVALCANTI DE LIMA 30 de abril de 2022 11h39
Esse atual mandarim brasileiro, o Boçalnato, encarna toda a espécie de ruindade. É lamentável que a cegueira se mantenha a toque de FAKE NEWS e de uma tropa fanatizada de anti-petistas que se considera o grupo mais nacionalista do país, o que, para mim, não passa de gado e de criminosos auriverdes, todos fantasiados de puras vestais. A rigor, esse Boçalnato é, em si, a personificação do antinacionalista, do antidemocrata, do entreguista, do armamentista, do miliciano, do racista, do homofóbico, do incendiário, do anti-indígena, do anti-ecologia, do do anti-educação, do anti-pesquisador, do anti-feminismo, do torturador, do militar inútil, do bravateiro, do arruaceiro, etc., etc., etc. Salve a Nação Amada Brasileira, antítese ao slogan nazista Pátria Amada Brasil.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 10 de abril de 2022 23h19
Caro Mino Carta, sempre pensei e defendi que dizer a verdade não é e nunca foi um crime, embora muitos personagens da história fossem condenados, até mortos por dizerem a verdade. Os fatos estão aí, os personagens Getúlio Vargas, Fernando Henrique Cardoso, Bolsonaro cumpriram os seus papéis de ditador a estadista defensor da soberania nacional entreguista colonizado e inebriado com o título que lhe deram de príncipe dos sociólogos demente e desqualificado que está levando o país para o desastre, respectivamente. Naturalmente a Petrobrás, maior empresa pública do pais, o maior tesouro da coroa, criada por GV, desconsiderada por FHC e quase destruída e entregue ao capital estrangeiro por Bolsonaro, mas que pode ser salva e reestruturada por Lula, em que um tal de Sérgio Moro, na sua retórica nauseante e falaciosa de defesa da anticorrupção”, também tentou destruí-la, acusando e condenando injustamente o ex presidente. Decerto, a partir do mês de outubro desse ano, viveremos tempos alvissareiros, ares mais puros e o angustioso peso do governo atual sobre o povo e o Estado brasileiro, finalmente libertos. Podemos dizer que o Petróleo vai voltar a ser nosso.
JOSE CARLOS GAMA 8 de abril de 2022 20h40
Eu me solidarizo com mino, precisamos refundar o pais. Pare o mundo que o Brasil precisa descer e caminhar rumo as suas chagas e enfrenta-las - Quem o fara?
FRANCISCO LOIS GONZALEZ 8 de abril de 2022 18h47
Prezado Mino penso que malhas em ferro frio mas não deves esmorecer

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

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