Intérprete de si mesmo

Bolsonaro é o ator que escolhe seu próprio papel

Foto: TIMOTHY A. CLARY / AFP

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CartaCapital tem por Lula o afeto de uma longa amizade, mas discorda da política da conciliação por ele praticada quando, na nossa opinião, sem confronto o Brasil não resolverá o seu maior problema, a condição de o segundo mais desigual do mundo, a criar um desequilíbrio social monstruoso, adverso à prática da democracia digna de um país contemporâneo do mundo. Donde nosso tradicional apoio a Lula no combate à candidatura de Bolsonaro nas eleições já iminentes, conforme estabelecido pelo calendário aplicado depois do ­impeachment de Dilma Rousseff e da tomada do poder pelo usurpador Michel Temer.

A prioridade absoluta ainda é a derrota do energúmeno demente que nos governa e nos envergonha. Impávido, o ex-capitão leva mundo afora seu sorriso alvar. O bestialógico que ele pronuncia diante de plateias importantes tornou-se chacota entre os civilizados. Nesta pantomima grotesca, recomenda-se entender a presença, por trás da encenação, da certeza do dever cumprido, sintoma gritante da ­doença incurável do beócio-mor. Se a vitória de Lula vai significar o fim de Bolsonaro, de imediato que bem venha. Embora dela resulte um governo conciliador, nas circunstâncias de linha oposta à desejável.

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 23 de setembro de 2022 12h18
De fato, caro Mino, Bolsonaro sempre foi o que é: uma piada pronta, ou melhor, uma piada de mau gosto que muitos eleitores já sabiam o que ele era, mas muitos são como ele outros se comportaram como avestruzes enterrando a cabeça pelo antipetismo ou antilulismo nonsense. Agora, quase 4 anos depois, muitas tragédias que vivenciamos nesse governo, o que já seria mais que suficientes para que este Presidente não tivesse mais que 10 % de votos do eleitorado , mas, na realidade, tudo indica que o percentual de beócios no Brasil é muito maior. Felizmente mais esse período obscuro vai passar. Já passamos por uma ditadura que durou 21 anos. Agora, novos tempos virão, mas fiquemos atentos, pois como brechtianos que somos, sabemos que a cadela do fascismo estará sempre no cio. Ainda nem chegamos ao primeiro turno, temos boas perspectivas de que Lula ainda possa vencer de imediato. Se vencer, veremos o desespero de Bolsonaro e seus sequazes caso as eleições caminhem para o segundo turno, teremos uma guerra de provocações, tentativas de Fake News, promessas surreais e, talvez e infelizmente, violência, mais violência. Por isso precisamos evitar que haja um segundo round. O povo não suporta mais esse governo, muito menos mais violência. Devemos apelar aos eleitores dos senhores Ciro Gomes, Simone Tebet para que tenham bom senso e resolvam mudar o voto para Lula. Só assim teremos paz e o retorno da esperança.

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