Energúmeno demente

O ex-capitão só é mesmo possível no Brasil. A ignorância explica

Eleito pelo enésimo golpe, apontado como fascista, nada tinha de Mussolini, embora também mereça a repulsa dos cidadãos de bem – Imagem: Arquivo/AFP e Marcelo Camargo/ABR

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Ao cabo de um enredo espantosamente brasileiro, a resultar no enésimo golpe de Estado, o ex-capitão e notório energúmeno demente aproveitou-se da situação que afastava Lula do páreo e foi eleito para a Presidência da República. Até na redação de CartaCapital houve quem acentuasse a vitória do fascismo. Em seus editoriais, a revista tratou de demonstrar o engano cometido por analistas apressados. Não se destina esta afirmação a provar a diferença entre um pobre-diabo covarde conduzido ao poder por um povo tragicamente ignorante e uma figura torpe politicamente poderosa no século passado.

À instável Itália golpeada pelos efeitos da Primeira Guerra Mundial, a lhe infligir a perda de 600 mil soldados destreinados e mal armados, e ainda vítima de monstruosa disparidade regional entre Norte e Sul, o Tratado de Versalhes, destinado a definir as novas fronteiras europeias, atribuía uma posição subalterna em relação às potências naquele momento histórico. Mussolini valeu-se da situação para chegar ao poder e ali ficar por vinte e um anos.

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5 comentários

ricardo fernandes de oliveira 7 de setembro de 2023 10h04
educação nunca foi prioridade para qualquer governo do país, seja de esquerda ou de direita, e isso explica muito. educação envolve não só aprender raciocínio lógico e interpretação de texto, mas noções de liberdade, solidariedade e desapego de bens materiais.
João Alberto Rodrigues 7 de setembro de 2023 10h38
É realmente um mistério, uma boa parcela da população, ainda, apoiar as ideias do bolsonarismo.
Irene Vieira da Silva 8 de setembro de 2023 21h51
Que bom a nossa revista Carta Capital enfrentando os inimigos da Educação. Mais subsídios, leiam Giannasi.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 10 de setembro de 2023 05h51
De fato, o povo desse país é dos mais estúpidos, mal educados e ignorantes do planeta, além de arrogante, sendo Bolsonaro o produto lapidado dessa ignorância incomum entre outros povos. Ninguém melhor do que Bolsonaro para representar parte desse povo que se orgulha da ignorância que lhe é peculiar. Embora, agora seja mais fácil criticar Bolsonaro, como um sarnento cachorro morto, sabendo que essa revista já o esgarçava perante os seus leitores, no auge de seu governo. A falta de conhecimento histórico e a baixa auto estima de muitos brasileiros, fez com que personagens como Moro e Bolsonaro surgissem e a tragédia e a farsa se fez presente. É certo que em Bobbio, a esquerda prega que o igualitarismo não é uma utopia, mas uma tendência que alia a teoria à pratica para que os homens iguais não sejam desiguais de modo que o Estado favoreça políticas que objetivam fazer com que a sociedade atinja a igualdade ao invés da desigualdade e a justiça social se faça presente entre os homens. Para as esquerdas, as utopias se insurgem contra os conceitos cristalizados que chancelam as desigualdades entre os homens.
José Carlos Gama 12 de setembro de 2023 18h43
Penso que a chave para essa porcentagem de 40% que insistem pelo escroto seja a falta de cultura, desenvolvimento psiquico, inteligencia emocional que invariavelmente vai dar na incapacidade de discernimento outrora pensado para que o povo obedecesse sem reglamar. agora colhemos os frutos podres já adultos e os brotos em escolinhas do professor verde oliva.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

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