Ao cabo de um enredo espantosamente brasileiro, a resultar no enésimo golpe de Estado, o ex-capitão e notório energúmeno demente aproveitou-se da situação que afastava Lula do páreo e foi eleito para a Presidência da República. Até na redação de CartaCapital houve quem acentuasse a vitória do fascismo. Em seus editoriais, a revista tratou de demonstrar o engano cometido por analistas apressados. Não se destina esta afirmação a provar a diferença entre um pobre-diabo covarde conduzido ao poder por um povo tragicamente ignorante e uma figura torpe politicamente poderosa no século passado.
À instável Itália golpeada pelos efeitos da Primeira Guerra Mundial, a lhe infligir a perda de 600 mil soldados destreinados e mal armados, e ainda vítima de monstruosa disparidade regional entre Norte e Sul, o Tratado de Versalhes, destinado a definir as novas fronteiras europeias, atribuía uma posição subalterna em relação às potências naquele momento histórico. Mussolini valeu-se da situação para chegar ao poder e ali ficar por vinte e um anos.
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