E fez-se o caos

O povo brasileiro tratou de esquecer o evento mais empolgante da sua história, a campanha das Diretas Já

Osmar Santos comanda o espetáculo na Sé paulistana por competência e fé política - Imagem: Fernando Santos/Folhapress

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O Brasil soçobra em um mar raso de erros, lacunas, pecados. Na sua própria incapacidade. Na ausência de líderes capazes de abrir os olhos e a consciência do povo. Este é a primeira vítima de tanto abandono ao seu destino de ignorância e miséria. Há quem suponha que uma forte vontade democrática leve os eleitores, tão frequentemente e estupidamente festeiros, a formar filas nas bocas das urnas, quando o resultado do pleito está longe de espelhar impulso cívico. Voto útil houve, mas a favor de Jair Bolsonaro, o energúmeno demente, de passado parlamentar inexoravelmente indicativo de sua índole malsã.

Na ausência de líderes, criou-se o caos. Fosse autêntica a vocação democrática, um pleito presidencial aconteceria em seguida ao impeachment de Dilma Rousseff e a entronização de Michel Temer, corrupto até a medula, como é do conhecimento do próprio cais do porto de Santos. Muito simbólico aquele golpe perpetrado pelos próprios poderes da República, conluiados na tarefa os integrantes daquelas casas, com exceção de Alexandre de Moraes.

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2 comentários

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 7 de outubro de 2022 12h39
Uma foto histórica, nela, da direita para a esquerda, o governador Franco Montoro, Osmar Santos, Lula ao centro, Brizola, Dr. Ulysses Guimarães e, creio que o ex governador do PR José Richa. Figuras históricas e imprescindíveis para a democracia brasileira, creio que muitos de seus descendentes e seguidores políticos não estejam mais entre nós ou traíram suas ideias de manter e avançar com a democracia no Brasil. De lá para cá o país cresceu economicamente, mas não dividiu o bolo do crescimento, muito pelo contrário, a desigualdade social está avassaladora combinada a isso, temos hoje na presidência alguém que deseja mais retrocesso com mais desigualdades, retiradas de direitos políticos e sociais. Quando do golpe de 64, tínhamos no STF 16 ministros, sendo que tempos depois, três ministros que foram cassados, pois eles incomodavam a ditadura: Victor Nunes Leal, Evandro Lins e Silva e Hermes de Lima, a partir daí o supremo passou a ter 11 ministros supremos. Depois, na contemporaneidade, tivemos o golpe contra Dilma em 2016 com vistas grossas dessa mesma corte que resultou, tempos depois, na eleição de Bolsonaro. Hoje amargam sua figura patética e perigosa na presidência. De fato, temos que fazer exceção ao ministro Alexandre de Moraes, que está cumprindo com rigor e na estrita legalidade os ditames e princípios da Carta Magna, se não fosse ele... Quanta saudade do Dr. Ulysses Guimarães do ex governador Franco Montoro, Mário Covas, do inesquecível Leonel de Moura Brizola, mas ainda temos Lula para nos trazer esperanças e redemocratizar esse país tão sofrido, apesar de tanto preconceito, ódio, ignorância, apesar de tudo. Obrigado mais uma vez pelo belo texto, coerência e resgate histórico, caro Mino Carta.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 7 de outubro de 2022 12h32
Uma foto histórica, nela, da direita para a esquerda, o governador Franco Montoro, Osmar Santos, Lula ao centro, Brizola, Dr. Ulysses Guimarães e, creio que o ex governador do PR José Richa. Figuras históricas e imprescindíveis para a democracia brasileira, creio que muitos de seus descendentes e seguidores políticos não estejam mais entre nós ou traíram suas ideias de manter e avançar com a democracia no Brasil. De lá para cá o país cresceu economicamente, mas não dividiu o bolo do crescimento, muito pelo contrário, a desigualdade social está avassaladora combinada a isso, temos hoje na presidência alguém que deseja mais retrocesso com mais desigualdades, retiradas de direitos políticos e sociais. Quando do golpe de 64, tínhamos no STF 16 ministros, sendo que tempos depois, três ministros que foram cassados, pois eles incomodavam a ditadura: Victor Nunes Leal, Evandro Lins e Silva e Hermes de Lima, a partir daí o supremo passou a ter 11 ministros supremos. Depois, na contemporaneidade, tivemos o golpe contra Dilma em 2016 com vistas grossas dessa mesma corte que resultou, tempos depois, na eleição de Bolsonaro. Hoje amargam sua figura patética e perigosa na presidência. De fato, temos que fazer exceção ao ministro Alexandre de Moraes, que está cumprindo com rigor e na estrita legalidade os ditames e princípios da Carta Magna, se não fosse ele... Quanta saudade do Dr. Ulysses Guimarães do ex governador Franco Montoro, Mário Covas, mas ainda temos Lula para nos trazer esperanças e redemocratizar esse país tão sofrido, apesar de tanto preconceito, ódio, ignorância, apesar de tudo. Obrigado mais uma vez pelo belo texto, coerência e resgate histórico, caro Mino Carta.

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