O Brasil soçobra em um mar raso de erros, lacunas, pecados. Na sua própria incapacidade. Na ausência de líderes capazes de abrir os olhos e a consciência do povo. Este é a primeira vítima de tanto abandono ao seu destino de ignorância e miséria. Há quem suponha que uma forte vontade democrática leve os eleitores, tão frequentemente e estupidamente festeiros, a formar filas nas bocas das urnas, quando o resultado do pleito está longe de espelhar impulso cívico. Voto útil houve, mas a favor de Jair Bolsonaro, o energúmeno demente, de passado parlamentar inexoravelmente indicativo de sua índole malsã.
Na ausência de líderes, criou-se o caos. Fosse autêntica a vocação democrática, um pleito presidencial aconteceria em seguida ao impeachment de Dilma Rousseff e a entronização de Michel Temer, corrupto até a medula, como é do conhecimento do próprio cais do porto de Santos. Muito simbólico aquele golpe perpetrado pelos próprios poderes da República, conluiados na tarefa os integrantes daquelas casas, com exceção de Alexandre de Moraes.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login