De avô para neto

A frondosa árvore genealógica da família Campos

No restaurante da Editora Abril, encontro com Roberto Campos e Delfim Netto - Imagem: Arquivo pessoal

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Dia 1º de janeiro passado, no seu discurso de posse para um terceiro mandato, Lula foi claro na definição do impeachment de Dilma ­Rousseff, a quem caberia prosseguir no caminho traçado pelo antecessor. Michel Temer arcou com o papel de usurpador e assumiu a Presidência. Ficou evidente então o papel do vice inconfiável, a se tornar insuflador do golpe, desafiando a Constituição. No outro dia, como diria Mário de Andrade, Temer perpetrou uma conferência filmada pela televisão, apresentado como ex-presidente da República. Que país é este, capaz de celebrar um passado clamorosamente inconstitucional, ao deixar de punir o vilão da bandalheira?

Há muito de podre neste episódio, bem como na pretensão de nítida inspiração bolsonarista de manter a independência do Banco Central. Lula não hesitou, no seu memorável discurso de posse, em definir como golpe o impeachment de ­Dilma Rousseff, que haveria de dar prosseguimento ao seu governo. Estranha, embora perfeitamente inserida no contexto irregular, a pressão para manter a independência do BC precipitada pelo bolsonarismo contra a vontade plenamente justificada pelo governo levado ao poder no pleito de outubro passado.

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6 comentários

CARLOS ALBERTO SUFFREDINI 13 de fevereiro de 2023 15h42
A mídia corporativa nada mais é que máquina de propaganda do programa ditado por seus patrões, os rentistas que sangram o orçamento do país via dívida pública. São regiamente pagos via reclames publicitários entre BBBs, novelas, “análises políticas”, futebol, etc. A sociedade, anestesiada pelo veneno midiático se torna indefesa, e fruto da sua ignorância planejada, não consegue entender as implicações de um Banco Central “independente”, minando qualquer política pública decente. Só o conhecimento libertará, mas demandará anos de conscientização e de politização.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 11 de fevereiro de 2023 01h59
Belíssimo e provocador artigo, caríssimo Mino. Poderíamos até questionar o rapaz : Qual a função do Banco Central do Brasil? Seria ele um agente meramente emissor de papel-moeda, executor da política monetária, mantenedor da inflação dentro da meta do COPOM a serviço do mercado? Ou um banco a serviço do país por meio do qual o Estado possa intervir no sistema financeiro a fim de favorecer a economia brasileira e consequentemente em prol do próprio país? Perguntas que deveriam ser feitas ao neto playboy de Bob Fields que encontra-se, atualmente como presidente do Bacen. Ele está a serviço de quem? Do Mercado Financeiro ou do País? Teria ele um futuro político como candidato das elites financeiras para suceder o presidente Lula em 2026 ou continuaria a prestar contas a Bolsonaro e ao bolsonarismo para desestabilizar o atual governo? Até quando a mídia capataz do mercado financeiro vai ficar adulando esses personagens aves de rapina e tramando contra o crescimento do país e sua reindustrialização ao invés de torcer para o sucesso do atual governo e de suas políticas públicas e de inclusão social? E o deputado Arthur Lira, de que lado ele está, da chamada “independência do Banco Central” ou do Estado brasileiro e do povo? São perguntas que não nos deixam ficar calados.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 11 de fevereiro de 2023 01h51
Belíssimo e provocador artigo, caríssimo Mino. Poderíamos até questionar o rapaz : Qual a função do Banco Central do Brasil? Seria ele um agente meramente emissor de papel-moeda, executor da política monetária, mantenedor da inflação dentro da meta do COPOM a serviço do mercado? Ou um banco a serviço do país por meio do qual o Estado possa intervir no sistema financeiro da economia brasileira para favorecer o próprio país? Perguntas que deveriam ser feitas ao neto playboy de Bob Fields que encontra-se presidente do Bacen a serviço de quem? Do Mercado Financeiro ou do País? Teria ele um futuro político como candidato das elites financeiras para suceder o presidente Lula em 2026 ou continuaria a prestar contas ao Bolsonaro e ao bolsonarismo para desestabilizar o atual governo? São perguntas que não nos deixam ficar calados. Até quando a mídia capataz do mercado financeiro vai ficar adulando esses personagens aves de rapina e tramando contra o crescimento do país e sua reindustrialização para o sucesso do atual governo e de suas políticas públicas e de inclusão social? E o deputado Arthur Lira, de que lado ele está, da chamada “independência do Banco Central” ou do Estado brasileiro e do povo?
joachim becker 10 de fevereiro de 2023 18h51
uma historia com grandezza. bravissimo obrigado
ricardo fernandes de oliveira 10 de fevereiro de 2023 17h41
um golpe em que, nas eleições municipais de 1996, dos 187 municípios com mais de 100 mil habitantes, o PT só venceu em 8 um golpe em que o proprio pt não colocou mais dilma como candidata a presidencia um golpe em que na campanha de 2014 dilma acusou os adversários de uma politica economica que ela mesma praticou no primeiro ano de governo um golpe em que, pós todas as eleições de 96, o pt se aliou aos mesmos partidos golpistas. esse é um dos papos mais furados que existem.
José Carlos Gama 10 de fevereiro de 2023 13h52
Os legados intitucionais deixado pelo bolsonarismo vai exigir do atual presidente uma competência ainda a ser comprovada caso tenha que continuar cedendo aos caprichos das forças legadas, desconfigurará o sentido ser de esquerda e com isso caminharemos para o centro com caracteristias de direita psdbista. Sendo assim, lula virá vice e Alckmin virá presidente.

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