Editorial
“Bando de corja”
A definição de um baiano velho e sábio contempla Bolsonaro e sua polícia e os ladrões que infestam o Brasil, sem esquecer muitos políticos. E a minoria rica
Dó é personagem deste enredo. Nascido na região de Vitória da Conquista, batizado Políbio, desde a infância todos o conheceram com o nome da primeira e última nota da escala musical. O pai foi autor de uma inesquecível definição de quem vale menos que nada. Dizia, para qualificá-lo, que se tratava de um “bando de corja”, vasto epíteto para adjetivar um ou mais indivíduos, conforme as circunstâncias. Dó eu conheço faz mais de meio século, que ele, bom no volante, levou a mim, jejuno em matéria, para sempre proibido pela consciência a dirigir veículos automotores.
Dó me conduziu ao longo de mil rotas. Na noite de domingo 31 de julho ligou-me para avisar da irrupção no meu prédio por um grupo de assaltantes dispostos a invadir três apartamentos. Um bando de corja. Tratava-se de um modo inédito até então para ele e para mim: ladrões bem trajados e de pele branca haviam alugado um apartamento há muitos dias e, de repente, ligaram pelo interfone para o porteiro naquele momento. Avisavam da chegada de amigos. Entraram, e aí compareceu a desgraça.
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