A pantomima patética e caríssima

Enquanto se alarga o risco de uma guerra nuclear, o Brasil parece habilitado a escapar da desgraça

Malaquias foi mensageiro do futuro de destruição no mesmo instante em que os homens provavam sua vocação para o castigo - Imagem: Emiliano LaSalvia/AFP, Redes sociais, iStockphoto e Kirill Kudryavtsev/AFP

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Papa Francisco, reformador da Igreja Católica, acaba de escrever uma carta de demissão. Pergunto aos meus espantados botões: está doente ou percebe o acerto das profecias de Malaquias? A cavaleiro dos dois milênios depois de Cristo, o monge irlandês formulou sua mensagem profética a respeito do destino de todos os papas, de Roma e do mundo. Último pontífice seria o 112º, ou seja, papa Francisco, ­pastor et nauta, pastor e navegador. No último ato do Apocalipse, desapareceria juntamente com Roma e o mundo, a bola de argila a girar elipticamente em torno do Sol.

Enquanto isso, a liderança de Lula atinge o seu nível máximo e precipita confiança no futuro. O Brasil anda na contramão do mundo, a viver no fio da navalha o risco de um conflito nuclear. O exército do novo czar Putin desfere uma guerra para se afastar da Europa e agride a Ucrânia com o intuito de se apossar das margens do Mar Negro. A Ucrânia, agredida, resiste em solidão. O Ocidente envia ao governo de Kiev dinheiro, armas, mantimentos, apoio moral, embora, na prática, se limite ao papel de observador de uma derrocada inevitável.

A dinheirama destinada a cofres diversos implora pela vingança do destino – Imagem: Polícia Federal da Bélgica

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 23 de dezembro de 2022 16h24
De fato, caríssimo Mino Carta, a melhor coisa que aconteceu neste ano de 2022, no mundo todo assistiu a eleição do nosso presidente Lula. Guerras a parte, toda a fome que aflige a humanidade, desastres naturais causado pelo desrespeito a natureza com emissão de gases tóxicos e desmatamento recorde das florestas, principalmente na região amazônica, uma desigualdade econômica e social cada vez maior que o cinismo e a indiferença que afeta os ricos do mundo. Para completar, uma copa do mundo extemporânea num dos mais desiguais países do mundo, o Qatar, que esconde a céu aberto o desrespeito aos direitos humanos em relação aos trabalhadores e às mulheres, pessoas subcidadãs nesse país, mas que mostrou uma final entre França e Argentina com destaque para os craques Lionel Messi e Lylian Mbappé , podem ter servido para ofuscar o antro de corrupção da FIFA de Havellange, Blater , agora modernizada na figura de Giani Infantino. Não devemos nos esquecer da churrascada de Ronaldo, o Fenômeno com bifes de três mil a nove mil reais recheada com pó de ouro a tripudiar da fome e dos pobres do mundo. O que nos resta é mesmo o ex metalúrgico e iminente e tri-presidente do Brasil Luís Ignácio Lula da Silva a nos consolar e nos dar esperanças de dias, meses e anos melhores.

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