A ONU de volta

Graças ao português Guterres, a organização reassume seu papel inicial

Guterres, justo desempenho na hora certa – Imagem: Vyacheslav Oseledko/República do Quirguistão/ONU

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A Organização das Nações Unidas, herdeira da Liga das Nações, resultou da Segunda Guerra Mundial, cabendo aos vencedores ocupar o Conselho de Segurança com direito ao veto, quando houvesse reuniões chamadas a decidir os destinos da política mundial. Cinco países – Estados Unidos, Grã-Bretanha, URSS, França e China – foram convocados a cumprir esta tarefa imponente. Alguns dos secretários-gerais da entidade, conforme a fisionomia da política global naquele exato instante, tiveram papel bastante destacado.

O português António Manuel de Oliveira Guterres, atual secretário-geral, teve condições que não exigiam do secretário aquela participação decisiva reservada a outros convocados para a mesma função. Guterres ganhou por isso uma fisionomia de cavalheiro brando e a manteve por um bom tempo, ou seja, até a eclosão da grave crise a assolar o Oriente Médio. Desde o começo do conflito, Guterres passou a considerar o confronto como provocado por dois governos distintos: de um lado Israel, do outro o governo da Faixa de Gaza, espezinhado e humilhado por ­Tel-Aviv a despeito da proteção que recebe do Hamas a apoiar, inclusive militarmente, o povo oprimido naquele rincão soturno.

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2 comentários

CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 4 de novembro de 2023 12h44
Espero que a ignorantzia brasileira seguidora do “Mito” não acuse Guterres de comunista, pelo seu passado no Partido Socialista Português.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 5 de novembro de 2023 04h59
Vendo o vídeo de um pai velar o seu filho, ainda bebê, vítima fatal do bombardeio israelense em alvos indevidos, isso nos causa revolta, indignação e aversão a um governo de extrema direita que ocupa o poder no Estado de Israel para se salvar de denúncias de corrupção e quer utilizar o incidente como desculpa para desviar a atenção de seu próprio povo e do mundo para se fazer faxina étnica na Faixa de Gaza, para interesses econômicos. A noção de “guerra justa” adveio de Santo Agostinho em seu livro A cidade de Deus, sendo o direito de fazer guerra quando esta parecesse justa, como aquela que obedece a um desígnio divino, sendo justa a guerra que vinga injúrias ou força a restituição do que fora indevidamente tomado mesmo que a natureza humana recolha sofrimentos de todas as matizes, e que o homem sábio as encare com constrição e dor, ainda que justas. No caso em tela, temos não uma guerra “justa”, mas um massacre do Estado israelense contra civis palestinos sob o pretexto de se combater o grupo “terrorista” Hamas. Vimos que o atual secretário geral da ONU Antônio Guterres agiu com coragem e altivez ao dizer em alto e bom som, a verdade na ONU perante Israel, Estados Unidos e outros representantes dos outros países. Essa fala do secretário geral da ONU, pode sim fazer diferença nos desígnios das repercussões do covarde ataque israelense contra os civis palestinos da faixa de Gaza. Mino, certeiro.

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