Escrevia o Le Monde no começo da Operação Lava Jato “Existe algo de podre no Reino do Brasil” e entre outros males a assolarem o País referia-se “ao naufrágio do sistema judicial”. Assinada a reportagem por dois profissionais, relatava que a embaixada dos Estados Unidos procurava “aumentar sua vantagem” em seguida a uma viagem de Sergio Moro a Washington. Surtida importante e decisiva carregada por uma agenda intensa para prever contatos junto aos departamentos de Justiça e de Estado, bem como ao FBI.
A embaixada americana criou um cargo de assessor-adjunto residente e escolheu para o comando Karine Moreno-Taxman, procuradora especializada em lavagem de dinheiro e terrorismo. Taxman pontifica: “Para que o Judiciário possa condenar alguém por corrupção, é necessário que o povo odeie esta pessoa”. Por sua vez, chamado a assessorar a ministra Rosa Weber, do STF, na qualidade de perito em Direito Penal, Moro diz: “Os crimes ligados ao poder são por natureza difíceis de comprovar por meio de prova direta”. Recomenda, portanto, “maior elasticidade na aceitação de provas por parte da acusação”.
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