A cultura vem da África

Dorival Caymmi foi o guia da minha alma, indispensável para entender o País e as coisas nossas

Ao exaltar a beleza do mar, o poeta baiano repetiu o grego Teócrito milênios após – Imagem: Arquivo/Dorival Caymmi e Redes sociais

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Menino à beira da adolescência, meu guia Brasil adentro é Dorival Caymmi, e chamo o vento porque é sempre dia de festa no mar. A voz do poderoso barítono baiano me embala, é o canto de um poeta determinado a exaltar meus melhores sentimentos.

Moro em uma rua de terra na esquina de outra nas mesmas condições, atravessada por um córrego, afluente do Rio Pinheiros, superado apenas pelo salto incerto de uma pontezinha de madeira, daí o fato inextinguível de ser obrigado a uma caminhada de mais de 1 quilômetro até o ponto final do bonde chamado a me levar ao colégio.

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4 comentários

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 30 de julho de 2023 23h44
De fato, caríssimo Mino, dentre tantos gênios do Brasil, Caymmi tão amado por Gal, Caetano, Bethânia e Gil é proeminência em nossa música e cultura. É dele aquela também cantada por Tom Jobim: Eu vou pra Maracangalha, eu vou, Eu vou de uniforme branco, eu vou, eu vou de chapéu de palha, eu vou, eu vou convidar Anália, eu vou. Se Anália não quiser ir, eu vou só... Nos lembra até do clássico de Ernest Hemingway, O Velho e o mar, do velho Santiago, dos clássicos gregos. E o suprassumo de nossa cultura, realmente vem da África. No entanto tem um tal sertanejo que impera nesses tempos pré e pós-bolsonaristas que nos irrita de sobremaneira. Um misto de música country americana vulgar com o brega sentimentalóide de ritmos fáceis e letras vazias. Uma época de decadência cultural e fartura para os agroboys para uma economia neocolonial e pós industrial, misturada ao capitalismo financeiro inexorável para a geração de empregos e políticas públicas sociais democrats. Todos nós esperamos que a MPB retome o seu lugar de criação e de brasilidade a cantar os dramas do povo, a nossa história com todas as mazelas e querelas juntamente com os cenários aprazíveis e bucólicos das Marinas morenas , dos Joãos Valentões com muitas Saudades de Itapoã e saudades D’África. Um abraço!
ricardo fernandes de oliveira 31 de julho de 2023 09h11
O Brasil não se tornou um Faroeste. O Brasil sempre foi um faroeste. O Brasil industrial acabou desde a abertura de collor e nenhum governo após ele reverteu essa situação. Boa parte da população ouve músicas, segundo prescrita, de baixo nível porque é imbecilizada. Mas essa população, majoritariamente, votou em lula. O que se esperar de uma população sem acesso à educação e de um país sem programas de cultura?
Nair Odete de Campos 6 de agosto de 2023 18h07
mamma mia, sr Mino!tenha pena dos corações de pessoas de já muitas primaveras! esse artigo fez o domingo ser demais!! decadência intelectual, imbecializacao coletiva e sertanejos esganicados :resumo do brasil assim mesmode hoje!saudades de Caymmi!
Nair Odete de Campos 6 de agosto de 2023 18h10
E sr Ricardo, maioria q votou em Lula é ignorante?valha nos Deus!e os q votaram no bozo o q são? DESCEREBRADOS, com certeza!

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