Economia

Vilão ambiental, Brasil pode ser líder se retomar posturas históricas, diz especialista

Para Yana Dumaresq, ex-funcionária do Ministério da Economia, decisão é vital para evitar a deterioração das relações com outros países

Vilão ambiental, Brasil pode ser líder se retomar posturas históricas, diz especialista
Vilão ambiental, Brasil pode ser líder se retomar posturas históricas, diz especialista
Muito barulho para nada. Soldados ocuparam a Amazônia por um ano. A operação custou mais de 400 milhões. (Foto: Bruno Batista/VPR)
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O Brasil precisa retomar posturas, discursos e ações históricas de proteção do meio ambiental se quiser evitar a deterioração de suas relações comerciais com o mundo. O alerta é da especialista em comércio exterior Yana Dumaresq, que trabalhou na Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia.

Provocada pelo estrategista de Comércio Exterior do banco Ourinvest Welber Barral, que disse estar o Brasil, hoje, na posição de “vilão mundial do meio ambiente”, Yana sustentou que o País tem todas as condições de ser líder mundial na proteção do meio ambiente – como vinha sendo até que, três anos atrás, começaram o aumento desordenado do desmatamento e decisões injustificadas de afrouxamento da fiscalização.

“Cada vez mais e mais, o Brasil vai sofrer um escrutínio ambiental”, frisou Yana. A conversa foi transmitida em live do Banco Ourinvest, na manhã desta terça-feira 27. “Sempre foi assim, mas até dois, três anos atrás, o Brasil tinha adotado um protagonismo na questão ambiental, em termos de políticas e de discurso nas esferas internacionais que era muito forte. Essa postura mitigava o risco na esfera comercial. O Brasil precisa voltar a ser mais pró ativo e mais marcante na proteção ao meio ambiente.”

Ela não tem dúvidas de que não só a defesa e a busca por melhores práticas ambientais, como também as dimensões social e de governança que compõem a sigla ASG, são incontornáveis e irreversíveis, em todo o mundo. “É fascinante ver como isso veio evoluindo! Começou no final da década de 1990, com as resseguradoras, que passaram a incorporam essas questões em seus negócios. Depois, foram as seguradoras, na primeira década do milênio, seguidas dos bancos, gestoras de ativos e fundos de investimento”, recordou, acrescentando que “nos últimos dois, três, passou para a área do comércio internacional”.

Para fazer frente a esse novo cenário, concluiu ela, o País vai precisar de muito diálogo e construção de consensos, além de retomar as posições ambientalistas históricas que foram abandonadas. 

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