Economia
Trump reduz tarifas sobre carne bovina, tomates, bananas e café
Alguns produtos agrícolas ficarão isentos das tarifas ‘recíprocas’ impostas neste ano
O presidente Donald Trump assinou um decreto nesta sexta-feira 14 para reduzir as tarifas dos Estados Unidos sobre importações agrícolas, como carne bovina, bananas, café e tomates, em um momento de pressão sobre o governo para diminuir o custo de vida para os americanos.
O decreto determina que alguns produtos agrícolas ficarão isentos das tarifas “recíprocas” impostas neste ano, após analisar questões como a capacidade de produção nacional de certos itens nos Estados Unidos.
Trump emitiu em 2 de abril um decreto que modificou substancialmente a política comercial americana, ao impor tarifas aduaneiras mínimas de 10%, pois — em sua opinião — o déficit comercial constituía “uma ameaça incomum e extraordinária para a segurança nacional e a economia dos Estados Unidos”, lembrou a Casa Branca em um comunicado.
A essa tarifa mínima foram adicionadas sobretaxas específicas a países e produtos.
O Tesouro americano começou a fazer arrecadações substanciais, mas, ao mesmo tempo, a inflação tem ganhado impulso no país.
Após uma primeira revisão em 5 de setembro, Trump agora considera que “a demanda interna atual de certos produtos e a capacidade interna para produzir certos produtos” obriga a voltar a reduzir as tarifas.
Pesquisas mostram que o custo de vida é mencionado pelos americanos como uma de suas principais preocupações.
Na quinta-feira, o chanceler Mauro Vieira disse, após se reunir com seu homólogo americano, Marco Rubio, que Brasil e Estados Unidos avançam em um acordo provisório para desbloquear as relações bilaterais. O encontro aconteceu às margens da cúpula do G7, no Canadá.
Em um breve comunicado, o Departamento de Estado americano indicou que Rubio e Vieira “discutiram sobre um quadro mútuo para a relação comercial” bilateral.
Trump impôs tarifas de 50%, entre as mais altas do mundo, sobre boa parte dos produtos brasileiros por causa do julgamento de seu aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos de prisão, um processo que ele considerou uma “caça às bruxas”.
A medida atingiu produtos como o café, cujo preço aumentou 21% em 12 meses em agosto nos Estados Unidos.
Na quarta-feira, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, havia anunciado que haveria “em breve” um anúncio “substancial” sobre o preço do café e das bananas.
Também na quinta, os Estados Unidos anunciaram acordos aduaneiros que apontam para um reordenamento de sua política comercial com Argentina, Equador, El Salvador e Guatemala, todos importantes produtores de café, carne bovina e frutas.
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