Economia

Trump prorroga por 90 dias a trégua tarifária com a China

Após escalada, delegações se reuniram em Londres e Estocolmo para evitar uma espiral maior e manter a pausa

Trump prorroga por 90 dias a trégua tarifária com a China
Trump prorroga por 90 dias a trégua tarifária com a China
O presidente chinês Xi Jinping e dos EUA Donald Trump Foto: Fred Dufour/AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira 11 que prorrogou por 90 dias a trégua tarifária com a China, horas antes de ela expirar.

Para pressionar pelo combate ao tráfico de fentanil, Trump aplicou aos produtos chineses uma tarifa de 10% além da existente antes de 1º de janeiro, e adicionou 20% em abril pelas chamadas tarifas “recíprocas”.

No entanto, diante das retaliações da China, as duas potências mundiais entraram em uma escalada que levou a aumentos tarifários de até 125% para produtos americanos e 145% para produtos chineses, antes de um acordo ser fechado, em maio, para retornar a 10% para um lado e 30% para o outro, respectivamente. Desde então, delegações dos Estados Unidos e da China já se reuniram em Londres e Estocolmo para tentar manter a trégua.

A quatro horas de ela expirar, Trump publicou uma mensagem na rede Truth Social na qual anunciou ter assinado “um decreto que vai prorrogar a suspensão tarifária” por 90 dias. “A China segue tomando medidas significativas para remediar os acordos comerciais não recíprocos e atender às preocupações dos Estados Unidos em matéria econômica e de segurança nacional americana”, diz o decreto presidencial.

Quase ao mesmo tempo, a agência de notícias estatal chinesa Xinhua divulgou um comunicado conjunto sobre as conversas em Estocolmo, no qual afirmou que estenderia sua parte da trégua. Também “tomará ou manterá as medidas necessárias para suspender ou eliminar as contramedidas não tarifárias”, conforme acordado em Genebra, informou a Xinhua.

A competição com a China é um tema prioritário para Trump desde o seu primeiro mandato (2017-2021). Seu sucessor, Joe Biden, manteve a pressão, que o republicano dobrou desde que retornou ao poder, em 20 de janeiro.

Ganhar tempo

Nos últimos dias, Trump parecia buscar concessões de última hora. No domingo à noite, publicou uma mensagem em que pedia à China para “quadruplicar suas compras de soja americana”. Na mensagem desta segunda-feira, ele não menciona o assunto.

A prorrogação até novembro permite que as duas potências ganhem tempo enquanto tentam fechar um acordo comercial, o que “abriria caminho para uma reunião de cúpula entre Trump e Xi”, disse à AFP Wendy Cutler, vice-presidente do Instituto de Política da Sociedade Asiática.

Desde o seu retorno à Casa Branca, Trump conduz uma ofensiva tarifária, com sobretaxas para muitos dos produtos que entram nos Estados Unidos.

As taxas variam entre 10% e 50%, além das aplicadas a setores específicos, como automóveis, aço, alumínio e cobre.

O presidente republicano também ameaça impor novos impostos aos semicondutores e produtos farmacêuticos.

Um documento datado de 31 de julho, divulgado na última sexta-feira, afirmou que os lingotes de ouro de um quilograma e de 100 onças foram classificados como sujeitos a tarifas. Os investidores acreditavam que estavam isentos. Isso fez o preço do ouro disparar no fim de semana.

Trump esclareceu o ocorrido nesta segunda-feira. “O ouro não será sujeito a tarifas!”, publicou na Truth Social, sem dar detalhes.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo