Economia

‘Todo mundo vai ganhar’, diz Haddad ao defender proposta de reoneração da folha

Após desavenças entre Senado e governo federal no tema, o ministro pretende apresentar proposta a Rodrigo Pacheco, por orientação de Lula

08/05/2024 – O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista no programa Bom Dia, Ministro, nos estúdios da EBC. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, na manhã desta quarta-feira 8, a proposta de reoneração da folha de pagamento. Ele informou ter solicitado uma reunião com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, para apresentar os argumentos em favor do texto. As declarações foram dadas ao programa ‘Bom Dia, Ministro’, da EBC.

No encontro com Pacheco, Haddad diz que pretende encontrar uma ‘pacificação’ sobre o tema após apresentar a versão do governo e discutir a contraproposta dos empresários. Ele avalia que, apesar da forte resistência do senador contra a reoneração, o clima é de disposição para negociações.

O encontro com Pacheco, revela o ministro, foi um pedido de Lula (PT). O presidente tem cobrado mais participação direta de Haddad nas articulações em Brasília.

“Até por recomendação do presidente Lula, achei por bem fazer uma reunião com Pacheco para que ele tomasse ciência do ‘estado da arte’ sobre a proposta da Fazenda e a contraproposta dos setores”, disse o ministro.

“Essa visita é para nós entendermos que todo mundo vai ganhar com isso”, justificou. “A reoneração vai ser gradual. Daria tempo de a Fazenda preparar e concluir a reforma sobre o consumo e passar a considerar as reformas adicionais”, explicou, então, Haddad.

Em diferentes momentos, o ministro frisou a necessidade de reoneração da folha de pagamento, pontuando que o tema é uma briga “que se arrasta por dez anos”. O governo, segundo Haddad, quer pôr “um fim nisso”. 

Importação de alimentos

Na conversa de hoje, Haddad também comentou a declaração do presidente Lula, feita na terça-feira, que citou a possibilidade de importar arroz e feijão para conter eventuais aumentos de preços após as chuvas no Rio Grande do Sul. A iniciativa foi confirmada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pouco depois.

Para Haddad, porém, o governo federal deverá ter um cuidado na ação: se atentar aos preços do exterior.

“Ele [Lula] liga para mim para perguntar coisas do tipo: preço disso ou preço daquilo. Ontem ele estava falando do preço do arroz, da determinação que ele deu para o caso de importar arroz”, iniciou. “Agora, [para] se importar arroz, o preço fora precisa estar mais baixo que o preço de dentro. Se não, você vai importar e o preço vai subir”, ponderou o ministro. 

Rio Grande do Sul

Na linha do que indicou Lula, Haddad disse também que os ministros do governo vão entregar até a próxima sexta-feira 10 as propostas para reconstrução do estado, em vários níveis.

“A ordem do presidente Lula é [entregar] nesta semana todos os atos mais importantes, os desdobramentos mais importantes que dizem respeito à decretação do estado de calamidade, que permitam aos ministérios abrir créditos extraordinários na saúda, na educação, no que for preciso, para recuperar o estado”, frisou.

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