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Autonomia futura. O Brasil negociou a transferência de tecnologia na compra dos caças da sueca Gripen – Imagem: Sgt. Johnson/FAB

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Terra, mar e ar

A modernização dos equipamentos das Forças Armadas é um dos eixos de investimento

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A importância crescente do Brasil no cenário ambiental e energético mundial tem feito o governo buscar melhorar o monitoramento das fronteiras e investir na modernização da indústria de defesa, com iniciativas de transferência de tecnologia para fortalecer as companhias brasileiras. Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia 2031, da Empresa de Pesquisa Energética, a extração de petróleo e gás deverá crescer pouco mais de 80% até 2030. A produção de petróleo deve saltar de 2,9 milhões de barris por dia em 2021 para 5,2 milhões em 2029, volume mantido em 2030 e 2031. O aumento é oriundo do pré-sal.

Em outubro, a Marinha deu o pontapé na etapa inicial da construção de um submarino nuclear, que deve ser o primeiro da frota das Forças Armadas. Esse é um dos principais projetos do setor incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento, que prevê 52,8 bilhões de dólares nos próximos anos. A principal vantagem do submarino nuclear é que ele pode ficar muito mais tempo submerso do que os movidos a diesel, pois gera energia pela quebra de núcleos atômicos e dispensa o oxigênio necessário para a queima do diesel. Assim, o submarino ­nuclear pode ficar imerso por meses a fio, enquanto o convencional precisa se aproximar da superfície para recarregar as baterias. O projeto, que envolve parceria e transferência de tecnologia com o governo francês, deve ser concluído em 2029.

Nos ares, o principal destaque foi a inauguração da linha de produção do caça Gripen, no interior de São Paulo, em maio. A fábrica da Embraer na paulista Gavião Peixoto receberá o programa de transferência de tecnologia da produção do caça aéreo firmado com o governo da Suécia. Em parceria com a empresa sueca Saab, a Embraer produzirá, com engenheiros e técnicos brasileiros, 15 das 36 unidades previstas. A linha de montagem é a única existente fora da Suécia e abre portas para tornar o Brasil um centro de produção e exportação de caças. O contrato para o desenvolvimento e a produção foi firmado em outubro de 2014. A previsão é de que, em 2027, a última aeronave seja entregue.

O Exército projeta, por sua vez, a compra de 714 viaturas blindadas para modernizar sua frota ao longo dos próximos anos. Em agosto, foram adquiridos 20 veículos especializados. O modelo resiste a disparos de armas de calibre 5.56 mm e 7.62 mm, além de estilhaços de artilharia, minas e explosivos, e possui capacidade para rebocar até 42 toneladas. •

Publicado na edição n° 1286 de CartaCapital, em 22 de novembro de 2023.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Terra, mar e ar’

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