Economia

Taxa de desocupação recua, mas Brasil ainda tem 12,4 milhões de desempregados

Apesar da queda de 13% para 11,6%, a renda dos trabalhadores brasileiros caiu ao menor patamar na história

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A taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,6% no trimestre encerrado em novembro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada nesta sexta-feira 28 pelo IBGE. O grupo era de 13,1% no trimestre anterior e 14,4% no mesmo período do ano em 2020.

A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, explica que o recuo na taxa já é habitual nos últimos meses do ano, em especial, por conta do aumento na demanda dos comércios brasileiros pelas festas de fim de ano. O setor foi o maior responsável pelo aumento no número de empregados, com 719 mil pessoas a mais trabalhando no setor.

“Esse resultado acompanha a trajetória de recuperação da ocupação que podemos ver nos últimos trimestres da série histórica da pesquisa. Esse crescimento também já pode estar refletindo a sazonalidade dos meses do fim de ano, período em que as atividades relacionadas principalmente a comércio e serviços tendem a aumentar as contratações”, destaca a coordenadora.

Apesar da queda, o volume de 11,6% de desocupados, em números absolutos, ainda representa 12,4 milhões de pessoas sem trabalho no Brasil. Mesmo com a redução de 1,5 milhão de pessoas quando comparado ao ano anterior, o volume de desempregados no País ainda é considerado alto.

Ao todo, 1,9 milhão de pessoas a mais passaram a trabalhar sem carteira assinada no mercado privado em apenas um ano, 838 mil só no trimestre finalizado em novembro. O volume representa um salto de 7,4% em relação ao trimestre anterior, fechado em agosto, e 18,7% quando comparado ao mesmo período em 2020. No total, o grupo agora soma 12,2 milhões.

O número de pessoas que trabalham por conta própria também aumentou significativamente em um ano. Ao todo, 3,2 milhões de pessoas a mais passaram a integrar este grupo, segundo o IBGE. Só no trimestre monitorado foram 588 mil pessoas que passaram a trabalhar nesta modalidade. O grupo soma 25,8 milhões de pessoas.

Em números totais, o Brasil conta atualmente com 94,9 milhões de pessoas ocupadas. Destas, 38,6 milhões são trabalhadores informais, ou seja, 40,6% do volume total de empregados no País são trabalhadores informais.

“Do crescimento de 3,2 milhões de trabalhadores no número de pessoas ocupadas, 43% vieram do trabalho informal. Então, embora a informalidade continue se destacando na expansão da ocupação, a participação do trabalho formal no setor privado vem aumentando e contribuindo também para a recuperação da ocupação no país”, destaca Beringuy.

Renda caiu 313 reais em apenas um ano

A renda real habitual do trabalhador brasileiro caiu 313 reais em apenas um ano, de acordo com a Pnad Contínua, do IBGE. No trimestre encerrado em novembro de 2020, o trabalhador brasileiro tinha renda média habitual de 2.757 reais. No mesmo trimestre de 2021, o valor do rendimento fechou em 2.444 reais, uma queda de 4,5%. Esse é o menor rendimento registrado na série histórica do instituto, iniciada em 2012.

“Isso significa que, apesar de haver um aumento expressivo na ocupação, as pessoas que estão sendo inseridas no mercado de trabalho ganham menos. Além disso, há o efeito inflacionário, que influencia na queda do rendimento real recebido pelos trabalhadores”, pondera a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

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