Economia
‘Tarifaço’ de Trump vai impactar setor siderúrgico, mas ‘é quase irrelevante’ para o PIB do Brasil, avalia Ipea
As novas tarifas, de 25%, entraram em vigor na quarta-feira 12; a expectativa é de que o governo brasileiro consiga reverter a medida após negociações com o político republicano


As novas taxas impostas pelo governo de Donald Trump sobre o aço e o alumínio terá impacto importante no setor de metais ferrosos, mas é “quase irrelevante” para a economia do Brasil. A avaliação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo estudo elaborado pelo instituto divulgado nesta quarta-feira 12, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ter queda apenas de 0,01% com a medida do republicano. As exportações totais diminuirão 0,03%. Haverá, ainda, impacto nas importações brasileiras, que devem cair 0,26% devido à redução da atividade econômica.
“Em termos macroeconômicos, o impacto não é muito significativo. Na verdade, é quase irrelevante”, afirmou o coordenador de Relações Econômicas Internacionais do Ipea, Fernando Ribeiro, autor do estudo.
Para o setor de metais ferrosos, porém, as perdas são mais significativas. O Ipea estima uma queda de 2,19% na produção; diminuição de 11,27% nas exportações e, por consequência, redução de 1,09% nas importações. Por isso, é importante que o governo brasileiro tente negociar com a equipe de Trump, sustenta o pesquisador.
“Há expectativa de que o governo brasileiro consiga alguma negociação, algum tipo de concessão, para que essa tarifa possa ser revertida e a gente não sofra os impactos negativos dessa medida”, afirma Ribeiro, destacando que os EUA foram destino de mais de metade das exportações do aço brasileiro. “O Brasil está entre os três maiores fornecedores de aço para os Estados Unidos atualmente, junto com Canadá e México.”
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