Economia

Sob suspeita, Delta muda de mãos

J&F Participações, holding controladora da JBS, anuncia acordo para assumir gestão da construtora de Fernando Cavendish

Fernando Cavendish, presidente da Delta, empresa que será controlada agora por grupo de frigoríficos. Foto: Julio Bittencourt/Valor/Folhapress
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A J&F Participações S.A, holding que controla a JBS – a maior produtora de proteína animal do mundo – anunciou nesta quarta-feira 9 que fechou acordo para assumir, a partir da semana que vem, a gestão da Delta Construções.

Tragada para o centro das suspeitas do cachoeiroduto, a construtora ganhou os noticiários nos últimos dias com a revelação de que seu diretor de operações no Centro Oeste, Cláudio Abreu, atuaria como sócio oculto do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Pouco depois, foram publicadas fotos do dono da construtora, Fernando Cavendish, em festas de luxo ao lado do governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), de quem é amigo.

Os negócios da Delta cresceram em ritmo assombroso durante a gestão Cabral. A empreiteira é também uma das mais principais contratadas para obras do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal. Com sede no Rio, a Delta foi fundada há 50 anos, tem filiais em várias capitais e faturamento anual de 4 bilhões de reais.

Com as implicações da empresa, Cavendish já previa que os negócios seriam afetados. Dito e feito. Segundo o comunicado distribuído nesta tarde, um contrato preliminar assinado entre os grupos dará direito à J&F de substituir toda a estrutura administrativa da Delta, incluindo presidente, diretores e membros do Conselho de Administração.

Pelo acordo, os novos gestores estarão “resguardados” de qualquer responsabilidade em relação aos contratos vigentes até que uma auditoria seja concluída. Os antigos gestores deixam de receber pagamentos.

A auditoria será conduzida pela KPMG e não tem previsão para terminar. Somente após os resultados desta diligência será ou não exercida uma opção de compra. A auditoria sobre os ativos e contratos estabelecerá o valor da empresa, que servirá como base de cálculo para a opção de compra.

Caso exercida, a opção de compra prevê que os  recursos provenientes da distribuição dos dividendos futuros da própria Delta serão utilizados no pagamento dos ativos da empresa. Não haverá, segundo o grupo, necessidade de utilização de recursos próprios ou de terceiros para financiar a operação.

O novo presidente da empresa será anunciado nos próximos dias. “Nosso objetivo é  honrar os contratos que serão auditados e  preservar os mais de 30 mil empregos  da Delta”, disse Joesley Batista, acionista da J&F.

De acordo com o comunicado, o presidente do conselho consultivo da J&F, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, não terá cargo ou função na gestão da empresa de construção.

Além do setor de carnes e, agora, construção, o grupo J&F, que emprega 140 mil pessoas em 140 unidades de negócios, atua também nos setores de celulose (Eldorado), produtos lácteos (Vigor),  produtos de higiene e limpeza (Flora) e serviços financeiros (Banco Original).

Na última eleição, foi a segunda maior doadora de campanhas – ficou atrás apenas da Camargo Corrêa. Foram 65,19 milhões de reais investidos em candidaturas, entre elas as de Dilma Rousseff (10 milhões de reais) e do tucano José Serra (3 milhões).

A J&F Participações S.A, holding que controla a JBS – a maior produtora de proteína animal do mundo – anunciou nesta quarta-feira 9 que fechou acordo para assumir, a partir da semana que vem, a gestão da Delta Construções.

Tragada para o centro das suspeitas do cachoeiroduto, a construtora ganhou os noticiários nos últimos dias com a revelação de que seu diretor de operações no Centro Oeste, Cláudio Abreu, atuaria como sócio oculto do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Pouco depois, foram publicadas fotos do dono da construtora, Fernando Cavendish, em festas de luxo ao lado do governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), de quem é amigo.

Os negócios da Delta cresceram em ritmo assombroso durante a gestão Cabral. A empreiteira é também uma das mais principais contratadas para obras do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal. Com sede no Rio, a Delta foi fundada há 50 anos, tem filiais em várias capitais e faturamento anual de 4 bilhões de reais.

Com as implicações da empresa, Cavendish já previa que os negócios seriam afetados. Dito e feito. Segundo o comunicado distribuído nesta tarde, um contrato preliminar assinado entre os grupos dará direito à J&F de substituir toda a estrutura administrativa da Delta, incluindo presidente, diretores e membros do Conselho de Administração.

Pelo acordo, os novos gestores estarão “resguardados” de qualquer responsabilidade em relação aos contratos vigentes até que uma auditoria seja concluída. Os antigos gestores deixam de receber pagamentos.

A auditoria será conduzida pela KPMG e não tem previsão para terminar. Somente após os resultados desta diligência será ou não exercida uma opção de compra. A auditoria sobre os ativos e contratos estabelecerá o valor da empresa, que servirá como base de cálculo para a opção de compra.

Caso exercida, a opção de compra prevê que os  recursos provenientes da distribuição dos dividendos futuros da própria Delta serão utilizados no pagamento dos ativos da empresa. Não haverá, segundo o grupo, necessidade de utilização de recursos próprios ou de terceiros para financiar a operação.

O novo presidente da empresa será anunciado nos próximos dias. “Nosso objetivo é  honrar os contratos que serão auditados e  preservar os mais de 30 mil empregos  da Delta”, disse Joesley Batista, acionista da J&F.

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Além do setor de carnes e, agora, construção, o grupo J&F, que emprega 140 mil pessoas em 140 unidades de negócios, atua também nos setores de celulose (Eldorado), produtos lácteos (Vigor),  produtos de higiene e limpeza (Flora) e serviços financeiros (Banco Original).

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