Sob Bolsonaro, inadimplência acelera e tem maior aumento desde 2016

Número de famílias com contas atrasadas mantém tendência de alta, registrando recorde entre classes média e baixa

Parte da renda das famílias cobre dívidas

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O número de famílias com contas em atraso teve a quarta alta mensal seguida, registrando 30,3%. Em um ano, o avanço no indicador foi de 4,6 pontos percentuais, o mais elevado desde março de 2016. 

Do total, 79,2% das famílias entrevistadas relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa).

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada nesta segunda-feira 7. 

O levantamento também mostrou queda de 0,1 ponto percentual na proporção de endividados em outubro, após três meses de altas consecutivas. 

“A geração progressiva de vagas no mercado de trabalho, a queda da inflação nos últimos meses, além das políticas de transferência de renda mais robustas têm aumentado a renda disponível, o que explica a desaceleração da proporção total de endividados”, indica o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

A elevada taxa de juros ainda é a maior responsável pelo endividamentos. Levantamento do Banco Central aponta que os juros anuais em todas as linhas de crédito às pessoas físicas atingiram 53,7% em média, em setembro, crescimento de 12,5 p.p. 


“O nível de endividamento alto e os juros elevados pioram as despesas financeiras associadas às dívidas em andamento, ficando mais difícil quitar todos os compromissos financeiros dentro do mês”, pontua Tadros. 

Enquanto as famílias do Sul e do Sudeste são as mais endividadas, são as do Nordeste que lideram o ranking de inadimplência.  A pesquisa apurou que os maiores vilões das dívidas são o cartão de crédito e o cheque especial das contas bancárias. 

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