Economia
Senado só votará a indicação de Galípolo ao comando do BC após a eleição
Ainda falta definir a data da sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou nesta quarta-feira 4 que o plenário votará em 8 de outubro a indicação de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central. A sessão ocorrerá dois dias depois do primeiro turno das eleições municipais.
Antes da votação em plenário, Galípolo passará por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos. Cabe ao presidente do colegiado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), definir a data dessa etapa.
Ao confirmar a análise da indicação em outubro, Pacheco mencionou o baixo quórum no Senado em setembro, devido à proximidade do período eleitoral.
Gabriel Galípolo foi escolhido pelo presidente Lula (PT) no fim de agosto para comandar o Banco Central. Desde junho de 2023, ele é o chefe da Diretoria de Política Monetária da instituição. O economista assumirá o novo cargo no início de 2025, com o término do mandato de Roberto Campos Neto.
Aos 42 anos, Galípolo integrou o governo de transição, no Grupo de Trabalho da Infraestrutura, e assumiu no início de 2023 a secretaria-executiva do Ministério da Fazenda.
Formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, foi pesquisador-sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais e presidente do Banco Fator de 2017 a 2021.
No currículo, ainda ostenta o posto de chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos do estado de São Paulo, em 2007, e o de diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento paulista, no ano seguinte.
Ao longo da campanha eleitoral de 2022, Galípolo foi uma peça-chave na estratégia do PT de reduzir a resistência a Lula no mercado financeiro. Em alguns eventos no período, foi visto como uma espécie de porta-voz da candidatura lulista.
Antes, foi sócio do economista e consultor editorial de CartaCapital Luiz Gonzaga Beluzzo, com quem escreveu três livros: Manda quem pode, obedece quem tem prejuízo, de 2017; A escassez na abundância capitalista”, de 2019; e Dinheiro: o poder da abstração real, de 2021.
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