Economia
Segunda marcha
O País cresce acima do esperado no trimestre, mas só o aumento da demanda vai superar os danos da política monetária
Impulsionado por uma conjugação excepcional de fatores positivos para a agricultura, que avançou 21,6%, o PIB superou todas as projeções e cresceu 1,9% no trimestre, mas o momento coincide com o auge dos efeitos negativos da política monetária na economia e a consolidação de uma expectativa favorável requer a intensificação dos esforços para aumentar a demanda interna, apontam os números e algumas análises. “O PIB do primeiro trimestre veio bem mais forte que o esperado, em grande medida por causa da agricultura, isso vai impactar no próximo trimestre em exportações também, mas alguns setores ainda precisam se fortalecer, caso da indústria, que está no negativo, porque é a que mais sofre com os efeitos da taxa de juros e do mercado de crédito contraído”, sublinha Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
Por efeito do chamado carregamento estatístico de 2,4% para o ano, acrescenta Mello, na prática, se o PIB não avançar mais nada nos próximos três trimestres, no fim do ano o crescimento será de 2,4%. “O nosso trabalho agora é dar tração e força para a economia doméstica, que vinha em um processo de forte desaceleração desde o ano passado e as políticas públicas estão todas voltadas para isso, para fortalecer a demanda interna, em particular o consumo das famílias”, diz o secretário. O primeiro trimestre não captou o aumento do salário mínimo, concedido em maio, pouco reflete o novo Bolsa Família e ainda não retrata o Programa Desenrola, recém-definido. Mais adiante haverá os efeitos no emprego e na renda do Minha Casa Minha Vida. “Achamos que é possível, nos próximos trimestres, em especial a partir do segundo, ocorrer um efeito um pouco maior desses programas”, aponta Mello.
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