Economia

Se o dinheiro está caro, a culpa não é do BC, mas do governo, alega Campos Neto

A condução da política monetária está no centro das críticas do presidente Lula, que não vê razões para o atual índice da Selic

Cédula de 200 reais
O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. Foto: Raphael Ribeiro/BCB Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no lançamento da nova nota de R$ 200,00. Foto: Raphael Ribeiro/BCB
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a defender a decisão do banco de manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. A condução da política monetária está no centro das críticas do presidente Lula (PT), que não vê razões para o atual índice da Selic.

Em entrevista à CNN Brasil exibida na noite da sexta-feira 12, Campos Neto afirmou que se a dívida do governo fosse baixa, “o custo do dinheiro seria mais barato para todo mundo”.

“Se você, empresário, está tentando pegar um dinheiro e está caro, a culpa não é do Banco Central, que é malvado. A culpa é do governo, que deve muito”, alegou. “Porque o governo está competindo com você pelo dinheiro que tem disponível para aplicar em projetos. Então, o grande culpado pelos juros estarem altos é que tem alguém competindo pelos mesmos recursos e pagando mais.”

Campos Neto, indicado ao comando do BC pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda classificou como “falácia” a avaliação de que o Brasil não tem uma inflação de demanda a justificar os juros altos.

“Os componentes de oferta existiram em algum momento, principalmente durante a invasão da Ucrânia, mas eles diminuíram. Hoje, a gente tem claros os componentes de demanda e a gente consegue quantificar, olhando, dependendo do índice ou o que está acontecendo na economia, o que é a demanda e onde que está vindo essa demanda.”

À CNN, o presidente do BC também fez elogios ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cujo projeto à frente da pasta ele definiu como “corajoso”.

Na última terça-feira 9, o Banco Central divulgou a ata da reunião do Comitê de Política Monetária realizada entre 2 e 3 de maio, na qual a instituição manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. Segundo o BC, a apresentação do novo arcabouço fiscal reduziu as incertezas no cenário econômico.

O Copom destacou, porém, que “não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal”. Apesar de a ligação não ser automática, caso seja aprovado um “arcabouço fiscal sólido e crível”, o País poderá experimentar uma queda na inflação. A projeção oficial do BC para a inflação no ano que vem é de 3,6%.

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