Responsável pelo desastre ambiental que matou 19 pessoas em Mariana (MG) em 2015, a mineradora Samarco entregou na sexta-feira 28 ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais seu plano de recuperação judicial. O documento resulta de um acordo fechado com os acionistas e parte dos credores.
Conforme o plano, a Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Hilliton, emitirá títulos de dívida para pagar os credores. A companhia captará recursos no mercado prometendo devolver o dinheiro com juros.
Caberá aos acionistas financiar a reparação do rompimento da barragem em Mariana, da emissão dos novos títulos até o pagamento integral. A compensação, inclusive os pagamentos à Fundação Renova, entidade responsável pela compensação dos danos, está estimada em mais de 1 bilhão de dólares.
A Samarco emitirá até 3,566 bilhões de dólares em novas notas com vencimento em junho de 2031, com juros entre 9% e 9,5% e sem garantias. Os credores que optarem por receber as notas em troca do cancelamento das dívidas da mineradora receberão esses papéis.
Acordos com autoridades públicas brasileiras para a reparação do desastre ambiental deverão ser preservados, segundo o plano. A mineradora também deverá continuar a investir de forma sustentável para ampliar as operações com segurança.
Após ficar sem operar de novembro de 2015 até 2020, a Samarco entrou em recuperação judicial em 2021. O plano entregue à Justiça, segundo a companhia, permite a redução da dívida, atualmente em 9,7 bilhões de dólares.
A proposta será analisada pelo Tribunal de Recuperação Judicial e se aprovada precisará ser reconhecida pelo Tribunal de Falências dos Estados Unidos do Distrito Sul de Nova York.
(Com informações da Agência Brasil)
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