Economia

Reunião de Finanças do G20 acaba sem declaração conjunta por impasse sobre conflitos globais

Segundo Fernando Haddad, porém, há entendimento sobre os temas financeiros

Reunião de Finanças do G20 acaba sem declaração conjunta por impasse sobre conflitos globais
Reunião de Finanças do G20 acaba sem declaração conjunta por impasse sobre conflitos globais
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento do G20, em 29 de fevereiro de 2024. Foto: Nelson Almeida/AFP
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), admitiu que não houve consenso entre os países do G20 para elaborar um comunicado conjunto sobre o evento, que reuniu ministros de finanças e dos bancos centrais do bloco, em São Paulo.

Segundo Haddad, há entendimento sobre os temas financeiros, mas a falta de consenso se aplica a conflitos geopolíticos.

“No que diz respeito à trilha financeira, houve consenso em tudo o que nós tratamos. Nós não discutimos temas dos conflitos geopolíticos em nossas reuniões. Isso não foi trazido para discussão em plenário”, disse o petista. “E aí fica muito difícil quando os ministros e os presidentes dos bancos centrais não participam da discussão chegar a um consenso sobre um tema que não era e não foi tratado no âmbito da trilha financeira.”

O ministro acrescentou que a Fazenda divulgará “aquilo que seria consenso da trilha financeira”.

“Isso está fechado e seria assinado se não fosse a insistência de alguns membros do G20 de fazer constar uma nota, que seria até de rodapé, que não comporia o corpo do comunicado, fazendo referência a essas questões sobre as quais houve uma certa insistência.”

Tributação de grandes fortunas

Haddad declarou que o Brasil espera concluir sua presidência no G20, em novembro, atingindo os pilares 1 e 2 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ou Económico, a OCDE.

Os dois pontos tratam da distribuição dos direitos de tributação sobre os lucros das multinacionais entre os países e o estabelecimento de uma tributação mínima global para essas empresas globais. “Nossa intenção é abrir um horizonte de discussões que passem por temas que não foram tratados.”

Durante o encontro do G20 em São Paulo, Haddad chegou a propor um terceiro pilar: a tributação sobre os bilionários.

“Como os dois primeiros pilares, haverá muito debate a respeito disso [pilar 3], o que é absolutamente natural, até porque nem todo país sente da mesma maneira esse problema que foi trazido ao G20 pelo Brasil”, afirmou o petista. “Há países bem equacionados em relação a isso e que não sofrem com a falta de regras internacionais sobre tributação. Em geral, os países muito ricos.”

(Com informações da Agência Brasil)

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