Retomar impostos sobre combustíveis agora seria descumprir um compromisso de campanha, diz Gleisi

Antes de encerrar a desoneração, defende a presidenta do PT, seria necessário definir uma nova política de preços para a Petrobras

Lula, Gleisi Hoffmann e Geraldo Alckmin. Foto: Ricardo Stuckert

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A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou nesta sexta-feira 24 a possível retomada de impostos federais sobre a gasolina e o etanol antes de uma mudança na política de preços da Petrobras.

Se o governo Lula não editar uma nova medida, voltará em 1º de março a cobrança de PIS/Cofins sobre os combustíveis – no caso da gasolina haveria, ainda, a incidência da Cide. Segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis, o aumento esperado nos postos é de cerca de 69 centavos por litro de gasolina e de 24 centavos no caso do etanol.

O fim dos subsídios aos combustíveis é um dos itens do plano apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para reverter o déficit nas contas públicas em 2023, hoje previsto em 231,5 bilhões de reais. Em 2 de janeiro, logo após sua posse, ele afirmou que o governo “não aceitará” um rombo dessa magnitude.

A medida, no entanto, não é consenso no governo e nas lideranças do PT, como indica a avaliação de Gleisi.

“Antes de falar em retomar tributos sobre combustíveis, é preciso definir uma nova política de preços para a Petrobras. Isso será possível a partir de abril, quando o Conselho de Administração for renovado, com pessoas comprometidas com a reconstrução da empresa e de seu papel para o País”, escreveu a presidenta petista nas redes sociais.

Ela declarou que a atual política de preços, a atrelar o preço dos combustíveis no Brasil ao mercado internacional e à variação do dólar, “faz o povo pagar em dólares por gasolina e diesel que são produzidos no Brasil em reais”.


Gleisi Hoffmann pediu a criação de uma política “mais justa com a geração de caixa necessária para retomar e impulsionar os investimentos da Petrobras, fundamentais para o crescimento da economia, geração de empregos e de oportunidades”.

“Impostos não são e nunca foram os responsáveis pela explosão de preços da gasolina a que assistimos desde o golpe e no governo Bolsonaro/Guedes. Não somos contra taxar combustíveis, mas fazer isso agora é penalizar o consumidor, gerar mais inflação e descumprir compromisso de campanha”, completou.

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