Repasse de dividendos pela Petrobras no 1º semestre supera o de concorrentes

Com receita de 52,48 bilhões de dólares, a empresa distribuiu 10,92 bilhões a acionistas

Estatal quer perfurar um poço de petróleo na bacia da foz do Amazonas. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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Mesmo com a menor receita entre seis das maiores petroleiras do mundo com ações negociadas em bolsas de valores, a Petrobras foi a que mais pagou dividendos aos acionistas no primeiro semestre de 2023. Com receita de 52,48 bilhões de dólares, a brasileira distribuiu 10,92 bilhões em dividendos referentes aos meses de janeiro a junho deste ano.

Em segundo lugar no ranking está a Exxon Mobil, que repassou 7,44 bilhões de dólares e registrou uma receita no período mais de três vezes superior à da Petrobras (169,48 bilhões).

O levantamento foi realizado pelo vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras, Felipe Coutinho. Segundo ele, a manutenção desse nível de distribuição de dividendos é insustentável e coloca em risco o futuro da companhia.

A pesquisa mostrou ainda que a relação entre investimentos líquidos e dividendos pagos pela Petrobras no segundo trimestre de 2023 foi dez vezes superior à média das cinco grandes petroleiras analisadas.

Segundo Coutinho, “a relação entre os dividendos pagos e os investimentos líquidos demonstram, de forma cabal, como as políticas da alta direção da Petrobras são discrepantes em relação à gestão das grandes petrolíferas mundiais”.

Em 3 de agosto, a Petrobras anunciou que distribuirá 15 bilhões de reais em dividendos a acionistas referentes ao resultado do segundo trimestre. O pagamento ocorrerá em duas parcelas, entre novembro e dezembro.


Uma semana antes, o Conselho de Administração aprovou uma nova política de dividendos, reduzindo o repasse. A empresa confirmou também uma modalidade de recompra de ações, a exemplo de outras companhias do setor.

O novo modelo diminui o pagamento de dividendos de 60% para 45% do fluxo de caixa livre, ou seja, a diferença entre fluxo de caixa operacional e investimentos, quando a dívida da empresa estiver abaixo de 65 bilhões de dólares.

Em maio, o conselho havia aprovado o pagamento de 24,7 bilhões de reais em dividendos do primeiro trimestre.

(Com informações da Agência Brasil)

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