Economia

Produção industrial registra queda no primeiro semestre

Analistas indicam que incentivos do governo devem ajudar, mas cenário ainda preocupa

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A produção industrial brasileira registou um resultado negativo no acumulado do primeiro semestre deste ano. Dados do IBGE divulgados nesta terça-feira 7 mostram queda em oito dos 14 locais pesquisados, com os piores índices no Rio de Janeiro (-7,1%), Amazonas (-6,3%) e São Paulo (-5,9%), que concentram parcelas significativas do parque da industria nacional. Um resultado influenciado pela conjuntura externa incerta e perda de competitividade do setor, mas analistas destacam sinais de melhora para os próximos meses.

Um deles seria a alta da produção industrial na comparação de maio para junho (descontados os efeitos sazonais) em sete das 14 regiões analisadas, incluindo São Paulo (1%), maior parque industrial do Brasil. “A nova realidade com os incentivos e câmbio mais favorável deve trazer no segundo semestre uma recuperação, até porque os estoques estão caindo”, destaca o economista Antônio Correa de Lacerda, professor da PUC-SP.

Mesmo que os sinais de uma possível recuperação no setor tenham surgido em junho e o semestre ainda traga um quadro negativo, Antonio Carlos Diegues, professor do Departamento da Economia da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), defende que os incentivos do governo federal foram importantes para não deixar a situação piorar. “Mesmo que ainda não haja alta, eles impedem uma queda mais elevada.”

Segundo o IBGE, o menor dinamismo no primeiro semestre teve influência da redução na fabricação de bens de consumo duráveis, como automóveis e telefones celulares, e de bens de capital (veículos para transporte de mercadorias, por exemplo), além da menor produção de minérios e tecidos. Um cenário que deve se inverter nos próximos meses, com outros tipos de bens se beneficiando da melhora econômica, aponta Lacerda. Mas o setor automobilítisco deve sentir com menor intensidade essa melhora, devido ao elevado número de vendas de carros nos últimos anos e ao alto endividamento das famílias.

O possível cenário de melhora não deve, no entanto, ser suficiente para elevar os investimentos, sensíveis à expectativa de demanda e à incerteza. “O BNDES deu desoneração tributária e aumentou seus valores de empréstimos, o que tornou o investimento mais fácil. Mas o mercado vai esperar uma definição de expansão da economia brasileira para agir”, esclarece o professor da Ufscar.

A pesquisa ainda mostra que na comparação de junho deste ano com o mesmo período de 2011 houve queda da produção em 13 dos 14 locais pesquisados. As perdas acima da média nacional (-5,5%) foram verificadas no Rio de Janeiro (-8,6%), Espírito Santo (-8,5%), Paraná (-7,5%), São Paulo (-7,2%) e Rio Grande do Sul (-7,0%). Um dado preocupante, segundo Diegues, pois poderia indicar que a indústria vem perdendo a capacidade de liderar o crescimento brasileiro, prejudicada pela migração de plantas para a Ásia. “Mesmo em um cenário relativamente bom da economia, não é mais a indústria que puxa o crescimento e isso é ruim. Crescer apenas em serviços, no Brasil implica em depender de áreas pouco qualificadas.”

    

A produção industrial brasileira registou um resultado negativo no acumulado do primeiro semestre deste ano. Dados do IBGE divulgados nesta terça-feira 7 mostram queda em oito dos 14 locais pesquisados, com os piores índices no Rio de Janeiro (-7,1%), Amazonas (-6,3%) e São Paulo (-5,9%), que concentram parcelas significativas do parque da industria nacional. Um resultado influenciado pela conjuntura externa incerta e perda de competitividade do setor, mas analistas destacam sinais de melhora para os próximos meses.

Um deles seria a alta da produção industrial na comparação de maio para junho (descontados os efeitos sazonais) em sete das 14 regiões analisadas, incluindo São Paulo (1%), maior parque industrial do Brasil. “A nova realidade com os incentivos e câmbio mais favorável deve trazer no segundo semestre uma recuperação, até porque os estoques estão caindo”, destaca o economista Antônio Correa de Lacerda, professor da PUC-SP.

Mesmo que os sinais de uma possível recuperação no setor tenham surgido em junho e o semestre ainda traga um quadro negativo, Antonio Carlos Diegues, professor do Departamento da Economia da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), defende que os incentivos do governo federal foram importantes para não deixar a situação piorar. “Mesmo que ainda não haja alta, eles impedem uma queda mais elevada.”

Segundo o IBGE, o menor dinamismo no primeiro semestre teve influência da redução na fabricação de bens de consumo duráveis, como automóveis e telefones celulares, e de bens de capital (veículos para transporte de mercadorias, por exemplo), além da menor produção de minérios e tecidos. Um cenário que deve se inverter nos próximos meses, com outros tipos de bens se beneficiando da melhora econômica, aponta Lacerda. Mas o setor automobilítisco deve sentir com menor intensidade essa melhora, devido ao elevado número de vendas de carros nos últimos anos e ao alto endividamento das famílias.

O possível cenário de melhora não deve, no entanto, ser suficiente para elevar os investimentos, sensíveis à expectativa de demanda e à incerteza. “O BNDES deu desoneração tributária e aumentou seus valores de empréstimos, o que tornou o investimento mais fácil. Mas o mercado vai esperar uma definição de expansão da economia brasileira para agir”, esclarece o professor da Ufscar.

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